A presidente da Suíça, Doris Leuthard, pediu, neste domingo, a criação de um registro nacional com o nome de padres acusados de abuso sexual de crianças.
Em uma entrevista ao jornal suíço Le Matin, Leuthard defendeu que esses religiosos sejam impedidos de ter qualquer tipo de contato com menores de idade e que sejam indiciados e julgados de acordo com a lei criminal do país.
“Isso, aliás, é importante para todos os pedófilos, sejam eles padres, professores ou pessoas que, de uma maneira ou de outra, lidem com crianças”, afirmou. “Não faz nenhuma diferença que os autores (dos possíveis crimes) sejam laicos ou religiosos. Todos estão submetidos ao Código Penal suíço.”
A Suíça é um dos países que recentemente registraram uma série de escândalos de abuso sexual infantil envolvendo clérigos da Igreja Católica.
Denúncias
Há algumas semanas, o abade Martin Werlen, membro de uma comissão da Congregação de Bispos da Suíça que investiga denúncias de abuso sexual disse, em entrevista, que cerca de 60 pessoas recentemente fizeram acusações sobre casos que teriam ocorrido nos últimos 15 anos.
“O abuso sexual de crianças ou de jovens é chocante. Ele provoca nas vítimas uma dor imensurável”, disse Leuthard.
“É particularmente abjeto que padres, professores e outras pessoas que lidam com crianças abusem de sua posição e da confiança depositada neles para agredir sexualmente esses menores.”
A presidente defendeu a criação de espaços para acolher as vítimas e disse que as denúncias devem ser tratadas firmemente.
“Aqui a Igreja deverá assumir sua parcela de responsabilidade”, afirmou.
As declarações da líder suíça vêm à tona quando a Igreja e o papa Bento 16 estão sendo pressionados diante de acusações de abuso sexual por padres em vários países e de um possível acobertamento por parte dos líderes católicos.
Fonte: O Globo online