O Marrocos, com 63 pontos, chegou à 35ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2019. A pontuação no ano anterior foi de 51 pontos, deixando o país fora dos 50 países apresentados na lista.
Esse aumento na pontuação ocorreu devido a um entendimento mais amplo da situação, por meio de novas informações disponibilizadas que alteraram os índices de pressão e violência.
A média de pressão aos cristãos está em um nível muito alto – 12,3 pontos de um total de 16,7 – subindo de 10,1 do ano de 2018.
A pressão está extrema na esfera da Igreja (14,4 pontos), o que reflete as limitações que as igrejas expatriadas enfrentam ao tentar compartilhar sua fé com outros e como o governo tem efetivamente estrangulado a comunhão entre comunidades de convertidos.
A próxima pontuação mais alta é encontrada na esfera da família (13,3 pontos), que reflete a pressão que os convertidos enfrentam quando querem praticar sua nova religião em público: se batizando, casando ou até mesmo ao tentar fazer um enterro de uma forma cristã. Eles enfrentam pressão da família, sociedade e até mesmo do governo, principalmente nas áreas rurais.
Já a pontuação da violência subiu de 0,6, média de 2018, para 1,5, em 2019. A razão desse ganho é o aumento dos incidentes relatados.
Nos últimos cinco anos analisados, a média de pressão teve um aumento muito grande, chegando ao nível atual. Isso fica evidente pelo fato do país não entrar no Top 50 em outros anos.
Restrição de liberdade
Cristãos, especialmente convertidos do islamismo, enfrentam discriminação social, e o governo proíbe o proselitismo dos muçulmanos marroquinos.
Essa é uma restrição da liberdade dos cristãos para manifestar sua religião e crença na teoria e na prática.
O crescimento de movimentos islâmicos militantes no Norte da África é um motivo de preocupação para os cristãos.
Durante o período de análise da Lista Mundial da Perseguição 2019 (1 de novembro de 2017 a 31 de outubro de 2018), convertidos do islamismo para o cristianismo foram detidos e interrogados por serviços de segurança sobre a posse de Bíblias, assim como contatos com cristãos estrangeiros.
Cristãos ex-muçulmanos são com frequência vítimas de abuso físico ou mesmo sexual nas mãos de parentes distantes. Ao menos uma cristã convertida foi forçada a se casar com um muçulmano.
Em abril de 2018, um pastor pentecostal britânico teve sua entrada recusada no país. Colin Dye é conhecido como um professor no canal de TV árabe “Kingdom Sat”.
Perseguição aos cristãos
Mais de 99% da população é muçulmana, de maioria sunita, com os demais sendo agnósticos ou cristãos. O islamismo é a religião oficial do Estado. A comunidade de estrangeiros não muçulmanos pode praticar abertamente sua fé.
A maioria dos cristãos do Marrocos são católicos romanos, e em comparação com outros países do mundo árabe ele pode ser caracterizado como um estado tolerante quanto à religião. No entanto, o proselitismo com intenção de converter muçulmanos do islamismo para outra religião ainda é considerado ilegal.
Cristãos enfrentam diversas restrições, incluindo o confisco de literatura cristã em árabe, a proibição de colaborar com cristãos estrangeiros e o sério desafio de reconhecimento e lugares de adoração para cristãos ex-muçulmanos. Convertidos enfrentam perseguição onde falam sobre sua fé por ser considerado proselitismo.
Apesar da maioria muçulmana marroquina ser considerada relativamente tolerante, cristãos enfrentam perseguição do Estado e da maioria da sociedade.
Apesar da intensidade e frequência da perseguição serem menores comparada a muitos outros países da região, há restrições impostas pelo Estado e por radicais islâmicos, que junto com a população em geral também pressionam os cristãos.
Nas áreas rurais, a pressão vem de parentes distantes que também deve ser considerada.
Um problema recorrente para cristãos que são abertos com relação à fé está relacionado ao artigo 220 do Código Penal, que criminaliza abalar a fé de um muçulmano. Isso coloca muitos cristãos que conversam com outros sobre sua fé em risco de acusação criminal e prisão.
Advogados de direitos dos cristãos também têm sido alvejados por ataques violentos de extremistas islâmicos.
Enquanto a lei pune apenas o proselitismo, convertidos cristãos podem ser punidos de outras maneiras, atualmente perdendo seus direitos de herança e a custódia dos filhos.
Fonte: Missão Portas Abertas