A comunidade da igreja Divino Espírito Santo, no Solo Sagrado, em Rio Preto, começa a enfrentar dificuldades por causa da suspensão do padre Telmo José Amaral.
O padre é acusado de revelar a confissão de um fiel e está sendo julgado em 2ª instância pela Igreja Católica, em Roma, na Congregação para Doutrina da Fé.
Enquanto o julgamento continua, os fiéis tentam preservar a imagem e continuar o trabalho da igreja, mas os antigos parceiros já não colaboram como antes.
Para a próxima quermesse do calendário de festas, dia 11 de novembro, pelo menos dez patrocinadores já disseram não à igreja.
“O padre participava ativamente, tinha influência, e agora as pessoas estão esperando o resultado do julgamento para voltar a ajudar”, diz Neuza Girotto, da comissão de festas, responsável por buscar os patrocínios.
Mesmo diante das dificuldades financeiras, a festa vai acontecer. “Vamos seguir o exemplo do padre que nos ensinou a persistir”, afirma Silinês Oliveira.
Para acontecer, a quermesse depende do empenho exclusivo dos cerca de 500 fiéis que freqüentam a igreja. “Achamos injusto que as pessoas façam julgamento e deixem de ajudar”, diz Neuza. Depois da quermesse o próximo desafio é vender os carnês de uma moto, que será sorteada em dezembro.
Obras estão paradas
O que também parou foi a construção da nova igreja. A obra, que começou há quatro anos, depende do dinheiro arrecadado com as promoções.
Com a incerteza de contribuições, a previsão inicial, que era de inaugurar o templo até 2007, foi adiada. “Está difícil. As portas se fecharam”, diz Silinês Oliveira.
A última grande arrecadação foi de R$ 30 mil, conseguidos com a rifa de um carro. O dinheiro foi usado para a conclusão do teto.
Além da arrecadação com as festas, o padre afastado também era o principal responsável por buscar recursos, como os R$ 60 mil conseguidos na comunidade católica da Alemanha.
Entenda o caso
Revelação
Em 2004 um fiel da paróquia Divino Espírito Santo comunica ao bispado que o padre Telmo José Amaral revelou segredo de confissão
Processo
No mesmo ano o bispado de Rio Preto inicia investigação sobre a denúncia e encaminha o caso ao Tribunal Eclesiástico
Recurso
Em agosto deste ano o Tribunal Eclesiástico considerou válidas as denúncias e pediu o afastamento do padre Telmo, que recorreu da decisão
Igreja Católica
Há duas semanas o caso está sendo julgado em 2ª instância na Congregação da Doutrina da Fé, da Igreja Católica, em Roma
Fonte: Bom Dia São José do Rio Preto