Vinte anos depois de repudiar e dar toda a cobertura ao chute que um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus deu na imagem de Nossa Senhora de Aparecida, na Record, a TV Globo exibiu na noite deste sábado (19), no programa humorístico Zorra Total, uma cena que foi considerada de total desrespeito e intolerância religiosa, em que classifica a santa católica Nossa Senhora de Fátima como corrupta.

[img align=left width=300]http://www.jb.com.br/media/fotos/2015/12/21/627w/agentes-do-fbi-abordam-nossa-senhora-de-fatima-no-episodio-de-zorra-tota.jpg[/img]No episódio, durante uma “revelação”, a santa católica Nossa Senhora de Fátima, em conversa com três adolescentes, afirma saber o que ocorreu com Ronaldo Fenômeno na Copa de 1998, na França. Diante da declaração, agentes do FBI aparecem em cena e anunciam que o local está grampeado. “Se falou sobre Copa, é porque tem ligações com a Fifa (…) Aos olhos da lei a senhora é mais uma envolvida com a cartolagem”, ordenam os policiais no humorístico da Globo.

Em um post no Facebook, a Arquidiocese de São Paulo critica o “Zorra” e a Globo por “brincar” com as aparições. “É lamentável que o programa humorístico ‘Zorra Total’, da TV Globo, tenha exibido neste sábado, 19 de dezembro, pouco antes do Natal, uma série de vídeos para ‘brincar’ com as aparições de Nossa Senhora em Fátima”, diz o início do post.

O jurista Ives Gandra destacou que o episódio foi de “mau gosto”. “Foi de profundo mau gosto a brincadeira atingindo a devoção de parcela ponderável da população e a devoção da humanidade há 20 séculos. Pelo baixo nível do programa, não merece sequer a afirmação de que está errada. Não merece resposta.”

A teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio, Maria Clara Bingemer, também não poupou críticas ao episódio: “Parece-me de extremo mau gosto e falta de oportunidade as referências à Nossa Senhora, venerada com fervor pelo Catolicismo, pelo programa Zorra Total. Uma coisa é a tolerância com a diferença do outro, incluída aí sua religião. Outra coisa é o achincalhe e o tratamento de baixo calão dados a figuras que, para uma boa parcela da população brasileira, são sagradas. Lamentável, sobretudo em tempo de Natal. Para um programa humorístico, desculpem, mas é de total falta de graça.”

[b]Fonte: Jornal do Brasil e Na Telinha (UOL)[/b]

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