O governo sudanês devolveu a posse de 19 propriedades para a Igreja de Cristo Sudanesa (SCOC, da sigla em inglês), dois anos depois de ter confiscado. Os documentos da posse da terra foram devolvidos na segunda (24), de acordo com uma fonte local.
Em agosto, a justiça sudanesa decidiu contra o governo e ordenou que a administração das propriedades fosse devolvida aos membros da igreja e que o caso contra cinco líderes da SCOC fosse abandonado.
O veredito coincidiu com a pressão do Sudão para a normalização das relações bilaterais com os Estados Unidos e sua remoção da lista americana de estados que patrocinam o terrorismo. Porém grupos de direitos têm pedido à Washington para “frear” a relação normalizada, dizendo que há poucas evidências de progresso na área dos direitos humanos.
Sob a presidência sudanesa de Omar al-Bashir, muitos líderes de igrejas têm sido perseguidos, interrogados e levados à justiça. Em maio de 2017, a SCOC escreveu uma carta aberta de protesto ao governo sobre o que chamaram de “sistemática violação dos direitos religiosos cristãos”.
Diversas outras denominações, como a Igreja Evangélica Presbiteriana do Sudão (SPEC, da sigla em inglês), também estão em conflito com o governo sobre posse de propriedades, e têm recebido multas, além de fechamento e destruição de igrejas.
Em abril, quatro membros da igreja SPEC em Bahri foram acusados de “causar dano físico a polícia e defensores de homens de negócios muçulmanos” depois que a polícia e um grupo armado atacou as instalações da igreja, que incluem casas, escritórios e uma escola, um ano antes. No mesmo local, um membro de uma igreja foi morto durante um protesto contra a apropriação da escola.
Fonte: Missão Portas Abertas