Mais de 400.000 crianças trabalhadoras até então não contabilizadas fazem o número de menores que trabalham no Brasil aumentar para quase 3 milhões, divulgou ontem a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Por ocasião do Dia Internacional contra o Trabalho Infantil, a OIT divulgou este novo dado que inclui os últimos estudos do IBGE, que começaram a cobrir a remota região amazônica.

Até agora, com dados atualizados até 2005, considerava-se que havia cerca de 2,5 milhões de crianças trabalhadoras no Brasil, com idades entre 5 e 15 anos.

Cerca de mil crianças protestaram hoje contra esta situação com mil cartões vermelhos, em uma analogia ao futebol, durante um ato realizado em Brasília por ocasião deste dia.

Antes, mágicos, palhaços e saltimbancos explicaram a este grupo de crianças, em parte resgatadas do trabalho infantil, os perigos de começar a trabalhar desde tão cedo.

Tatiana Estrela, assistente social do Instituto Marista de Solidariedade – um dos órgãos que colaboraram com este ato -, comentou que “é muito importante que as crianças tenham noção” dos perigos do trabalho infantil.

Segundo Estrela, algumas das crianças que participaram dos protestos de hoje fazem parte de um projeto piloto para prevenir o trabalho de crianças e adolescentes desenvolvido na periferia de Brasília.

“Em Ceilândia, as crianças trabalham como engraxates, distribuindo panfletos e como vendedores ambulantes, enquanto na Cidade Estrutural, trabalham coletando lixo”, relatou a assistente social, referindo-se a localidades do Distrito Federal.

De acordo com Estrela, este projeto tenta apoiar as famílias das crianças trabalhadoras através de maior acesso a “microcréditos”, ajundando a “identificar suas potencialidades para tornar desnecessário o trabalho dos filhos”.

Por ocasião desta data, será realizada amanhã uma audiência pública no Senado, na qual será analisado o Plano Nacional de Erradicação e Prevenção do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador, impulsionado pelo Governo.

Fonte: EFE

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