Canal a cabo americano Oxygen exibirá os bastidores da vida de seis pastores.
Carros de luxo, mansões em bairros chiques, episódios de infidelidade e muita raiva sendo mostrada na tela da TV. Essas são cenas de um reality show “diferente” que vai estrar em breve pelo canal pago Oxygen nos próximos meses. Não se trata de artistas nem músicos de sucesso. Quem aparecerá na telinha serão pastores americanos.
Seis deles estarão no “Preachers of Los Angeles” ´[Pregadores de Los Angeles]. Alguns são bem-conhecidos pelos moradores da Califórnia, pois transmitem os cultos de suas igrejas em diferentes canais de televisão. Outros são desconhecidos do grande público embora liderem igrejas com milhares de adeptos.
O vídeo de divulgação mostra algumas cenas dos primeiros episódios e diz: “Conhecido por seus sermões inflamados e por liderarem comunidades com seguidores apaixonados, os pastores tornaram-se uma espécie de ícones nos dias de hoje. São amados por muitos, mas por vezes geram grande controvérsia. Poucas pessoas têm acesso aos bastidores da vida destes homens quando estão longe do púlpito. Até agora.”
Em seguida, podem ser visto um pouco da vida dos pastores Deitrick Haddon, que também é cantor gospel; Jay Haizlip, um ex-skatista profissional ; Ron Gibson , um ex-criminoso recuperado, além dos menos conhecidos Clarence McClendon , Noel Jones e Wayne Chaney.
Um dos aspectos que mais chama atenção é que aparentemente todos eles defendem (e vivem) a chamada “teologia da prosperidade”, ostentando um estilo de vida luxuoso.
O bispo Clarence McClendon, por exemplo, aparece defendendo que “não há outro tipo de Evangelho” além daquele que ensina a prosperidade. As transmissão dos cultos da megaigreja que lidera atingem cerca de 250 milhões de lares, toda semana.
Já Ron Gibson, que abandonou a vida do crime que participava na juventude, prega semanalmente para cerca de 4.500 pessoas. Ele defende que não são apenas P. Diddy e Jay-Z, dois astros do rap “que podem aparecer dirigindo Ferraris e morando em casas luxuosas”.
O bispo Noel Jones, que viveu na pobreza extrema na Jamaica, seu país de origem, agora comemora viver “em uma mansão numa colina da praia de Malibu, com vista para o Oceano Pacífico”. Ele protagoniza uma curiosa cena onde aparece discutindo com a esposa dizendo “Eu sou um prêmio” depois de declarar “gosto de ser bem sucedido”. Por sua vez a mulher diz que ele não é tão amado quanto pensa ser.
Já Dietrich Haddon surpreende em assumir diante das câmeras que teve um filho fora do casamento e declara “Eu sou um pastor, mas no final das contas continuo sendo apenas um homem”.
De maneira similar, o pastor Wayne Chaney desabafa: “ser pastor é muito perigoso, porque parece que você tem de ser perfeito em todos os momentos.”
O reality show não envolve confinamento e não há competições nem um prêmio para o vencedor. Preocupa-se apenas em registrar a realidade da vida dessas pessoas. As reações do público até agora têm sido um misto de apoio, desconfiança e indignação.
Críticas não faltam nos comentários do vídeo postado no Youtube. Teólogos que escrevem no blog The Gospel Coalition, por exemplo, dizem temer que o programa sirva para afastar ainda mais as pessoas das igrejas. O professor Trevin Wax, explica que “Como pastores e líderes de igrejas, temos a obrigação de pregar o evangelho bíblico de uma forma que leve em consideração o nosso contexto atual. Infelizmente, esse tipo de coisa pode influenciar o público a pensar que a bênção de Deus é algo somente financeiro e pode ser comprada ou merecida”.
[b]Fonte: Gospel Prime com informações The Christian Post[/b]