Pedofilia na igreja
Pedofilia na igreja

Uma pesquisa encomendada pela comissão de investigação sobre o fenômeno no Parlamento resultou em um relatório que revelou que cerca de 440 mil pessoas, 1,13% da população maior de idade da Espanha, declara ter sofrido abusos sexuais em âmbito eclesiástico.

Segundo o relatório, cerca de 233 mil pessoas (0,6% da população total), diz ter sido vítima de um padre ou religioso católico nos últimos 50 anos. A metade do total de casos, quase 200 mil, seria contra menores.

O relatório, que foi realizado a partir de entrevistas com mais de 8 mil pessoas de 18 a 90 anos, em 2022, tem 777 páginas, mais de 100 contêm testemunhos de 487 vítimas.

Ao contrário do que aconteceu na França, Alemanha, Irlanda, Estados Unidos ou Austrália, na Espanha, país de tradição católica, jamais haviam sido publicados resultados de investigações sobre a pedofilia no clero. O relatório final , cujos objetivos eram determinar “responsabilidades”, oferecer “reparação” aos afetados e prevenir novos casos, foi entregue pela defensoria pública ao Congresso na sexta-feira, 27.

Graças às entrevistas dessas mais de 8 mil pessoas, emergiram dados assustadores sobre as dimensões do fenômeno: cerca de 11,7% dos espanhóis afirmam ter sofrido violências antes dos 18 anos, 1,13% sofreu em âmbito religioso, escolas e institutos católicos, e 0,6% afirma ter sofrido agressões sexuais diretamente por parte de um padre.

O responsável pela pesquisa, Ángel Gabilondo, destacou que os relatos devem ser escutados, e propôs um fundo de indenização estatal para as vítimas: “Escrevemos a todos os bispos, alguns nos responderam, abriram seus arquivos, outros reclamara. A Igreja deve ter consciência de que o escândalo maior seria o de não colaborar explicitamente com uma sociedade que quer saber a verdade”.

Fonte: Itatiaia e O Globo

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