Militantes do movimento que defende a livre orientação sexual dividem o apoio conquistado entre uma parcela da sociedade com recomendações contrárias ao movimento pelas igrejas católica e evangélica.

Líderes religiosos deram suas opiniões sobre a homossexualidade e a V Parada pela Diversidade Sexual da Paraíba.

Apesar de não contestarem o direito do grupo formado por gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais (GLBT) de realizar os movimentos, os líderes assumem uma posição comum que manifesta uma recomendação de não aceitação a práticas sexuais entre pessoas do mesmo sexo.

Para d. Aldo Pagotto, a legitimidade do movimento não pode ser contestada já que vivemos em uma sociedade democrática. Uma das contestações da Igreja Católica é a forma como o movimento é realizado, segundo o líder, algumas ações são exageradas e desnecessárias. “Realizam a parada como um grande bloco de carnaval com elementos criados para chocar a sociedade. Desse modo não há espaço para o diálogo nem para a reflexão”, comentou.

De acordo com d. Aldo, a prática sexual deve estar sempre ligada ao fator afetivo e à responsabilidade. O compromisso e a formação da família representam o primeiro papel que o homem deve desempenhar na sociedade. Ele ressaltou que os participantes do movimento transmitem a impressão da prática sexual de maneira totalmente livre e indiscriminada. “Segundo as leis de Deus, o respeito e a ética devem orientar a conduta sexual, que não deve ser praticada sem afetividade”, afirmou. A recomendação aos fiéis é de que não participem do evento. “A participação nesse evento não irá auxiliar na formação de um debate consistente, com discussões científicas a respeito do tema”, ressaltou.

De acordo com o pastor Tomás Munguba da Igreja Batista Evangélica de Jaguaribe, orientações sexuais que não sejam praticadas entre homem e mulher estão fora dos ensinamentos deixados por Deus. “Respeitamos e aceitamos a todos de maneira democrática com muito amor, mas acreditamos que essa conduta não é natural e por isso não deve ser praticada”, comentou. Para o pastor, essa orientação pode ser modificada com a conversão. “Temos vários fiéis que abandonaram essa prática e foram transformados após o encontro com Deus”.

Religião e sexualidade deveriam ser separados

Para a presidente da Associação dos Travestis da Paraíba (Astrapa), Fernanda Benvenutt, os temas religião e sexualidade deveriam ser vistos separadamente. Ela relatou que a maior parte dos integrantes do GLBT paraibano é composta por praticantes do catolicismo e que a oposição da igreja em relação ao movimento não interfere na fé religiosa. Segundo a presidente, a V Parada pela Diversidade Sexual da Paraíba seria realizada no dia 5 de agosto, dia de Nossa Senhora das Neves, padroeira da cidade. “Decidimos adiar a data por um dia, em respeito à Igreja e à realização da programação religiosa prevista para esse dia”, afirmou.

Em relação à prática de diferentes orientações sexuais, Fernanda acredita que cada um deve ter o seu direito à liberdade sexual respeitado e que a repressão de algumas religiões apenas dificulta o diálogo e a manutenção do respeito entre homossexuais e heterossexuais. “Não podemos ser vistos como pessoas que precisam ser curadas, mas apenas como seres que fizeram uma opção sexual diferente”, ressaltou. Ela esclareceu que uma das batalhas do grupo é pela união civil e não pelo casamento religioso entre homossexuais.

Fonte: Jornal da Paraíba

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