Dom Odilo Pedro Sherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, disse ser uma “ofensa” à Igreja Católica a forma pela qual a Justiça do Rio Grande do Sul decidiu retirar os crucifixos e demais símbolos religiosos de seus tribunais.
“Houve constrangimento”, disse. “Criou-se um problema que não havia.”
A participar ontem (26) à noite do programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, dom Sherer reconheceu que a Igreja não pode “pretender exigir” a presença de seus símbolos nos tribunais.
“O Estado é laico”, afirmou. Mas ainda assim defendeu a permanência dos símbolos católicos no espaço público porque eles fazem parte da história do país, da tradição.
Ao responder uma pergunta sobre o desconforto que alguém que não seja católico, como judeu e ateu, possa ter ao ser julgado diante de um crucifixo, Sherer disse que o símbolo não interfere nas decisões dos juízes, que se baseiam nas leis.
O arcebispo reafirmou, durante a entrevista, a posição da Igreja sobre temas como aborto, casamento de homossexuais e uso de contraceptivos.
Ele reconheceu que a Igreja Católica tem perdidos fiéis para as denominações evangélicas. E isso, segundo ele, se deve a vários motivos, que vão desde aos problemas internos, como a falta de sacerdotes, aos “métodos de arrebanhamento de fiéis por alguns grupos religiosos”, que prometem milagres e “solução para todos os problemas da vida”.
Afirmou que isso a Igreja Católica nunca fará.
[b]Fonte: Paulopes[/b]