As autoridades da Rússia adicionaram mais de 200 Testemunhas de Jeová a uma lista de extremistas e terroristas, informou a organização em comunicado nesta sexta-feira (7).
A ação contra o grupo religioso isola os fiéis do sistema financeiro do país, já que as contas bancárias de pessoas da lista são congeladas e severas restrições são aplicadas a qualquer transação financeira.
A Rússia baniu oficialmente as Testemunhas de Jeová em 2017 e declarou o grupo uma organização extremista. O Kremlin usou as leis de extremismo, que foram vagamente redigidas, para reprimir ativistas da oposição e minorias religiosas.
Desde então, centenas de Testemunhas de Jeová foram submetidos a ataques, prisões e ações penais. Vinte e quatro membros da organização foram condenados, nove dos quais foram condenados à prisão e mais de 300 pessoas estão atualmente sob investigação criminal.
A maioria dos fiéis na lista negra ainda não foi condenada, mas está sob investigação, disseram as Testemunhas de Jeová.
Jarrod Lopes, porta-voz da sede mundial das Testemunhas de Jeová nos Estados Unidos, disse que as autoridades russas estão “difamando as Testemunhas de Jeová, impedindo-as de cuidar de suas necessidades básicas”.
“Claramente, a Rússia restabeleceu efetivamente seu período mais sombrio da história, perseguindo incansavelmente as Testemunhas de Jeová, assim como seus intolerantes antecessores soviéticos”, disse Lopes.
A lista, disponível no site da Rosfinmonitoring, agência de inteligência financeira da Rússia, atualmente contém mais de 9.500 nomes. O registro não indica a afiliação das pessoas a organizações.
Em resposta à Associated Press, as autoridades de monitoramento da Rosfin não confirmaram nem negaram a inclusão dos Testemunhas de Jeová na lista negra, dizendo que adicionam pessoas ao registro com base nas informações fornecidas pela aplicação da lei.
A repressão aos membros do grupo religioso continua, apesar da promessa do presidente russo Vladimir Putin de analisar “esse completo disparate”.
“As Testemunhas de Jeová também são cristãs, por isso não entendo por que as perseguem”, disse Putin em uma reunião com o Conselho Presidencial de Direitos Humanos em 2018.
Fonte: Guia-me com informações de Associated Press