O novo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, acusado no começo de seu mandato de enfraquecer a posição da ONU contra a pena capital, disse nesta quarta-feira ter apoiado uma tendência internacional para interromper a pena de morte.

“A vida é muito preciosa e cada ser humano tem o direito de viver dignamente, e a vida dos seres humanos deve ser respeitada e protegida”, disse Ban em Bruxelas quando questionado sobre uma proposta da Itália para a criação de uma moratória mundial sobre a pena de morte.

Ele disse haver uma “certa tendência crescente” na comunidade internacional, na lei internacional e entre estados para derrubar a prática da pena de morte.

“Eu encorajo essa tendência”, disse ele em uma coletiva de imprensa na executiva da União Européia, bloco que não permite a pena capital.

Ban, um sul-coreano que há pouco menos de um mês assumiu como o oitavo secretário-geral da ONU, criou um clamor em seu segundo dia no cargo ao dizer que a prática da pena de morte cabe a cada uma das nações.

A declaração causou uma onda de críticas de grupos de direitos humanos, levando seu porta-voz a acrescentar mais tarde que Ban acreditava na necessidade de se trabalhar para abolir a pena de morte, embora ele esteja ciente que os países divergem sobre o assunto.

A Itália, que acabou de conseguir um assento temporário no Conselho de Segurança da ONU, tem feito campanha na entidade por uma proibição global à pena de morte.

Cerca de 68 países, incluindo a Coréia do Sul, aceitam a pena de morte, embora muitos deles não tenham executado ninguém recentemente e Seul está considerando extinguir a lei.

Fonte: Reuters

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