O seminário Saint Kisito de Bougui, localizado na região leste de Burkina Faso, foi atacado na noite da última quinta-feira (10). Homens suspeitos de integrarem um grupo radical invadiram o local e atearam fogo em dormitórios, salas de aula e um veículo. Eles ainda roubaram outro carro, pertencente a um líder cristão, durante a fuga.
No local onde funciona o seminário moram sete professores e 146 seminaristas, mas ninguém foi ferido. Devido à semelhança com os ataques jihadistas anteriores, a suspeita é de que o incidente tenha sido promovido pelo mesmo grupo, aproveitando-se da atual situação política em Burkina Faso.
Os ataques contra os cristãos são cada vez mais comuns no território e foi um dos fatores que colocou a Burkina Faso em 32º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2022.
Situação política do país
Os militares tomaram o poder de Roch Kabore citando a deterioração da segurança, a incapacidade do presidente de unir a nação e uma resposta ineficaz a desafios como a insurgência islâmica. O tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba foi nomeado “presidente de Burkina Faso, chefe de Estado e líder supremo das Forças Armadas”.
O golpe contra o Estado é a mais recente turbulência a atingir Burkina Faso, que sofre com instabilidade desde a independência da França, em 1960. O país está localizado em uma região onde grupos islâmicos têm uma enorme e crescente influência. A sharia (conjunto de leis islâmicas) é informalmente implantada principalmente na região leste do país.
Fonte: Portas Abertas