Um seminário de Wuerzburg, na Alemanha, expulsou dois alunos por envolvimento em uma suposta “rede neonazista” formada por sacerdotes aspirantes.
Foi o que informou uma reportagem publicada nesta sexta-feira (2), no jornal italiano “La Stampa”.
As denúncias vieram à tona após rumores da realização de uma festa no bar do seminário em comemoração ao aniversário de Adolf Hitler, em 20 de abril. O bispo de Wuerzburg, Friedhelm Hofmann, juntamente com o bispo de Bamberg –também na Alemanha–, dom Ludwig Schick, nomearam uma comissão especial para investigar o caso, que, segundo o periódico, constrangeu a igreja alemão, num país em que a propaganda neonazista e incitamento ao ódio racial é um crime.
Depois de ouvir 28 testemunhas, incluindo todos os 18 seminaristas do local, a comissão de inquérito presidida por Norbert Baumann, um juiz da Alta Corte de Bamberg, concluiu que dois seminaristas geralmente faziam saudações nazistas e contavam piadas sobre os campos de concentração.
A comissão não encontrou provas da existência de uma “rede neonazista”, nem mesmo de que a festa em comemoração ao aniversário de Hitler realmente tenha acontecido. Mas, como notificou o “La Stampa”, foi capaz de determinar que os padres aspirantes são favoráveis às ações do líder nazista.
Os dois podem ainda ser julgados por incitação ao ódio racial. A investigação também pesa contra um terceiro aluno, que ainda não foi expulso, mas que havia defendido a violência contra os participantes em uma marcha antirracista.
“Como um bispo da igreja, estas declarações racistas, assim como a celebração de símbolos nazistas, me preocupam profundamente”, disse o arcebispo Schick, em um comunicado. “Todas as formas de xenofobia, racismo e extremismo são incompatíveis com o cristianismo”, acrescentou.
[b]Fonte: UOL[/b]