Bispos católicos reunidos no Sínodo da Família em Roma concordaram em uma maior abertura da igreja em relação a divorciados, mas rejeitaram uma aproximação em relação a homossexuais. O documento com as decisões do encontro, que durou três semanas, foi divulgado neste sábado (24).

O documento dá alguma esperança a fiéis divorciados e casados novamente, o que é um avanço das reformas defendidas pelo papa Francisco na doutrina.

O documento enfatiza o papel do discernimento e da consciência individual na forma de lidar com situações familiares que fogem ao dogma da igreja —numa vitória da ala progressista do clero.

De acordo com a doutrina atual, pessoas divorciadas e casadas novamente não podem receber sacramentos, como a comunhão, por estarem vivendo em pecado, já que o primeiro casamento continua válido aos olhos da igreja.

Ao mesmo tempo em que o documento não aponta um caminho específico para que divorciados voltem a receber os sacramentos, ele abre a possibilidade de avaliações caso a caso pelos clérigos em relação a cada fiel.

Os três parágrafos que citam a questão atingiram por pouco os dois terços de votos necessários entre os participantes do sínodo para constar no documento final.

A abertura dá ao papa Francisco a possibilidade de manobrar para avançar na questão em um documento futuro.

“A experiência do sínodo nos fez perceber melhor que os verdadeiros defensores da doutrina não são aqueles que se atêm à letra, mas a seu espírito; não a ideias, mas a pessoas, não a fórmulas, mas à disponibilidade ao amor de Deus e seu perdão”, disse Francisco, no encerramento do encontro.

[b]HOMOSSEXUALIDADE
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O documento final reforça o ensinamento da igreja de que homossexuais não devem sofrer discriminação na sociedade, mas reafirma que não há “fundação alguma” para o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, o qual “não pode nem remotamente” ser comparado às uniões heterossexuais.

Na prática, portanto, o sínodo não altera a doutrina em relação à questão dos homossexuais.

[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]

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