O sínodo dos bispos sobre a Nova Evangelização propôs neste sábado a criação de uma comissão de dirigentes da Igreja encarregada de denunciar e de documentar os ataques à liberdade religiosa.

Nas 58 propostas divulgadas neste sábado após o sínodo foi manifestada particular preocupação com a qualidade da catequese (ensino) e com a vocação de todos os batizados de serem evangelizadores, incluindo os jovens.

Os fiéis foram convocados a um “novo Pentecostes”, que deve levá-los a “visitar todas as famílias e a conduzir a luz de Cristo em todas as situações humanas”, ressalta o documento.

Os padres sinodais propõem que uma comissão de dirigentes da Igreja fique encarregada de acompanhar os ataques à liberdade religiosa e de obter informações exatas sobre caso de violações.

Os padres do sínodo propõem uma difusão mais ampla dos ensinamentos do texto do Concílio Vaticano II, “Dignitatis Humanae”, que prega a liberdade absoluta de consciência (de crer e de não crer).

Com o Islã, “apesar das dificuldades, o diálogo deve continuar”, considera uma das propostas, no momento em que vários religiosos –árabes, africanos, europeus– manifestam seus temores relativos à radicalização do Islã.

Bento XVI recebeu o documento contendo as 58 propostas e anunciou uma reforma nas competências da Cúria para favorecer a Nova Evangelização.

Com o objetivo de monitorar melhor a formação, os seminários serão submetidos à Congregação Vaticana para o Clero, e não mais à da Educação Católica.

Devido aos escândalos de pedofilia envolvendo o clero, os padres sinodais pedem um reforço na formação dos padres, que precisam de uma “sólida doutrina” e de “uma consciência dos fenômenos culturais modernos”.

O sínodo também recomenda que os católicos criem novos meios de comunicação eletrônicos para “transmitir fielmente” a fé e pede que os artistas sejam “comunicadores privilegiados da nova evangelização”.

As propostas evocam a renovação das “estruturas pastorais que já não atendem às demandas do tempo presente” e sugerem a elaboração de “planos pastorais urbanos” que levem em consideração as linguagens e estilos de vida das sociedades cidadãs.

Diante do crescente papel dos laicos, os padres sinodais mencionam a possibilidade de as conferências episcopais pedirem à Santa Sé a criação de um “ministério especial do catequista” e defendem a extensão da catequese aos adultos.

Para favorecer a penitência (confissão) uma proposta pede que em cada diocese um lugar seja dedicado a este sacramento com padres presentes de forma permanente.á

A evangelização deve “ser respeitada totalmente por cada pessoa, sem nenhuma forma de proselitismo”, indica o documento dos bispos.

[b]Fonte: AFP[/b]

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