Cinco suspeitos de atacar uma igreja católica no estado de Ondo, no sudeste da Nigéria, no último mês de junho, em uma ação atribuída ao Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP), que causou a morte de 50 pessoas, foram detidos, de acordo com autoridades do país.

Os supostos assassinos foram presos em batidas recentes em várias partes do país, segundo o general Lucky Irabor, chefe do Estado-Maior do Exército, que disse que seriam levados à Justiça uma vez que seja finalizada a investigação, mas não especificou o número de detidos.

O general deu o nome de um dos supostos mentores do ataque, Abdul Malik Omeiza, também conhecido como Ibn Malik, que também teria sido um dos autores do ataque em junho contra uma delegacia de polícia no estado de Kogi, no centro-norte do país, durante o qual um policial foi morto e armas foram roubadas.

Por sua vez, o governador do estado de Ondo, Rotimi Akeredolu, declarou que cinco supostos participantes do atentado na Igreja Católica de Saint Francis, na cidade de Owo, já foram presos.

“Agora que os militares anunciaram, posso dizer que já prenderam cinco deles. Eles ainda estão no rastro dos demais”, disse o governador a repórteres. Akeredolu disse que a pessoa que os alojou em sua casa em Owo também foi presa.

“Não poupamos esforços. Fico feliz que o chefe do Estado-Maior da Defesa tenha feito o anúncio. Já sabemos disso há muito tempo, mas precisávamos não divulgar porque ainda há mais tarefas em andamento”, acrescentou.

O caso

No dia 5 de junho, homens armados atacaram uma igreja católica em Owo, estado de Ondo, Nigéria. Eles atiraram e detonaram explosivos contra fiéis durante missa. Segundo médico local, pelo menos 50 pessoas morreram.

O presidente do país, Muhammadu Buhari, condenou o ataque, chamando-o de “hediondo”.

A mídia nigeriana informou que homens armados atiraram contra os fiéis e detonaram explosivos na igreja. Entre os mortos estão mulheres e crianças. Vídeos que parecem ter sido registrados na cena do ataque mostravam corpos de fiéis em poças de sangue enquanto pessoas ao redor choram.

Situação dos cristãs na Nigéria

Observadores, analistas e pensadores políticos têm sido alertados há anos sobre a crescente insegurança na Nigéria, onde os civis enfrentam assassinatos e sequestros diariamente.

Dados compilados pelo Observatório da Liberdade Religiosa na África (ORFA, da sigla em inglês) mostram que, no período de dois anos (entre outubro de 2019 e setembro de 2021), “cristãos foram desproporcionalmente afetados pelos assassinatos nos ataques do Boko Haram, Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP), extremistas fulanis e criminosos independentes.

Os dados coletados mostram que ao menos sete mil cristãos foram mortos por motivos religiosos nesse período.

A Portas Abertas também investiga a situação dos cristãos na Nigéria desde 1993. Em 2020, o país entrou para o Top10 da Lista Mundial da Perseguição (LMP), que reúne os 50 países onde é mais difícil ser cristão. Na LMP 2022, a Nigéria passou a ocupar o 7º lugar e se tornou o país onde os cristãos enfrentam maior violência no mundo.

Desde 2013, a Nigéria irrompeu no índice da perseguição violenta e apenas em 2014, por causa da guerra na Síria, não ficou em primeiro lugar, mas liderou em todos os outros anos.

Folha Gospel com informações de Portas Abertas, Gazeta do Povo e The Christian Post

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