Gersialdo Melquíades de Oliveira, pai de Samuel Melquíades de Oliveira, fala sobre a perda do filho, uma das vítimas do massacre na escola estadual em Suzano
Gersialdo Melquíades de Oliveira, pai de Samuel Melquíades de Oliveira, fala sobre a perda do filho, uma das vítimas do massacre na escola estadual em Suzano

O impressor gráfico Gersialdo Melquíades de Oliveira, pai de Samuel Melquíades de Oliveira, falou sobre a perda de seu filho, em entrevista ao programa Balanço Geral, da Record TV.

Nesta quinta-feira (14), ele contou como foram os últimos dias ao lado do rapaz, que foi uma das vítimas do massacre que aconteceu na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, São Paulo.

Samuel tinha 16 anos e faria aniversário em julho. Gersialdo relatou como foi difícil descobrir o que tinha acontecido com o menino, que perdeu a vida na última quarta-feira.

Segundo o pai, a notícia demorou para chegar e só surgiu por volta das 14 ou 15 horas. Ele disse que já tinha perdido a noção do tempo. As famílias foram levadas a um local onde eram levadas para uma sala onde informavam os nomes das crianças e, assim, ficavam sabendo se estavam mortas ou feridas.

Pai de Samuel fala sobre a perda do filho
Samuel Melquíades de Oliveira era atuante na Igreja Adventista

A família de Samuel foi a segunda a entrar e, infelizmente, recebeu a informação que mais temia. No dia da tragédia, o menino tinha ido sem o RG e isso deu esperanças aos pais de que ele poderia estar apenas não identificado ainda.

Ciente da perda, o pai compareceu ao velório coletivo, realizado na Arena Suzano. Foi no local que ele deu mais detalhes sobre como era o filho.

“Era um menino extremamente amoroso e ativo; na igreja onde a gente frequenta ele gostava de estar sempre a frente, gostava de fazer e acontecer. Um menino de várias facetas, que me surpreendia a cada dia”.

O último momento marcante entre pai e filho foi na segunda-feira, quando eles participaram de um programa da TV Novo Tempo, da Igreja Adventista.

“Fomos convidados para fazer desenhos. Sempre gostamos de desenhar. Está aqui a camisa que eu fiz. Naquele dia, a gente desenhou junto e foi a primeira vez que a gente fez isso. Lá, a gente teve a oportunidade de mostrar o nosso trabalho para os pastores que ali estavam e Samuel vibrou muito”, relatou.

Para Gersialdo, aqueles instantes agora representam um presente de Deus, uma vez que o garoto acabou tendo sua vida tirada.

“Eu digo que essa foi uma despedida que Deus me proporcionou ter com meu filho. Uma das coisas que me conforta é saber que o Samuel estava muito feliz e que, de alguma maneira, eu consegui proporcionar pelo menos alguns minutos de felicidade para o meu filho.”

Apesar dos poucos anos de convivência, Gercialdo agradeceu a Deus pela vida de seu filho Samuel. “Eu só posso agradecer a Deus pelos 16 anos maravilhosos que Ele me concedeu tê-lo como filho”.

O tio de Samuel, que era quem o levava de carro para a escola todas as manhãs, também falou do comportamento do jovem. “Ele era muito dedicado nos estudos e tinha o sonho de fazer curso superior na área de design, pois gostava muito de desenhar”, disse José Silva.

As habilidades de Samuel com o desenho já era reconhecida. Ele ajudava seu pai, responsável por desenhos da Escola Sabatina Ilustrada, e também foi o ilustrador do livro “Como consertar um coração quebrado” (Editora Scortecci), do escritor Adriano Fonseca.

Reprodução da ilustração feita por Samuel Melquíades (páginas 18/19 no livro Como consertar um coração quebrado, Ed. Scortecci, 2018). (Foto: Facebook/João Scortecci)

Luto no Brasil para Cristo

Outro jovem assassinado no massacre foi Douglas Murilo Celestino, de 16 anos. A família diz que ele havia conseguido escapar do massacre, mas voltou à escola para ajudar a namorada Adna Bezerra, ferida nas costas por uma bala. Douglas foi baleado na cabeça e não resistiu.

Douglas Murilo Celestino. (Foto: Reprodução/JH)

“A gente sabe que ele a amava demais”, disse a amiga de ambos, Larissa Alves. O velório de Douglas foi na Igreja O Brasil para Cristo, da qual era membro.

Ex-presidente da denominação, o pastor Roberto de Lucena, que é deputado federal, lamentou o acontecido.

“Muito triste tudo o que aconteceu. Entre os jovens estava Douglas Murilo, de apenas 17 anos, membro da Igreja O Brasil Para Cristo em Jardim Maluf. Que Deus conforte a família das vítimas e dê forças aos sobreviventes”, disse Lucena, que esteve no velório junto com o ministro Ricardo Vélez, da Educação.

Fonte: Guia-me e Pleno News

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