A taxa de aborto nos Estados Unidos diminuiu nas últimas três décadas, mas, segundo um estudo publicado ontem, as mulheres negras e hispânicas são as que mais estão recorrendo à interrupção voluntária da gravidez.
“Muitas pessoas vêem como boa notícia que haja menos abortos, particularmente entre adolescentes, e que uma proporção maior dos abortos ocorra agora nos períodos mais adiantados da gravidez”, disse Sharon Camp, presidente do Instituto Guttmacher, que realizou o estudo.
“Mas, ao mesmo tempo, os abortos estão se concentrando entre as mulheres de cor e as mulheres com baixa renda”, acrescentou.
O relatório do Instituto encontrou grandes diferenças entre as mulheres brancas e as negras e hispânicas.
Apesar de os negros serem aproximadamente 12% da população americana, as mulheres negras representam 37% dos abortos no país.
Os brancos são quase 62% da população, e as mulheres brancas fizeram quase 34% dos abortos. Já as hispânicas realizaram 22%, embora seu grupo racial represente apenas 14% da população.
“Por trás de cada aborto, há uma gravidez não desejada”, disse Rachel Jones, pesquisadora principal do Instituto Guttmacher.
“Como as mulheres de cor têm mais chances de ter uma gravidez não desejada, são as que têm mais probabilidades de buscar e fazer abortos”, completou.
Outros estudos anteriores do Instituto Guttmacher, segundo Jones, “mostraram que as taxas de gravidez não desejada e as de abortos também aumentam entre as mulheres pobres e de baixa renda”.
Para este relatório sobre aborto, o grupo de estudo analisou números do Escritório do Censo e das autoridades de saúde entre 1973 e 2005.
Segundo a pesquisa, depois da decisão da Corte Suprema de Justiça em 1973, que, de fato, legalizou o aborto, as taxas de interrupções voluntárias da gravidez aumentaram rapidamente, depois se estabilizaram no anos 80 e, desde então, diminuíram continuamente.
Fonte: EFE