Um dos sobreviventes da queda do teto da igreja Renascer, que desabou no dia 18 de janeiro deixando nove mulheres mortas e cerca de cem pessoas feridas, afirmou que momentos antes da tragédia um recado foi transmitido no telão por uma integrante da denominação avisando que os fiéis deveriam sair do prédio pois ele corria o risco de desabar.

Passados três meses, proprietários e moradores de imóveis atingidos pelo desabamento da igreja, na região do Cambuci (centro de São Paulo), ainda não tiveram os seus imóveis reformados.

O empresário Fábio Jodas de Oliveira, 27, estava em um curso no prédio localizado no Cambuci, no centro de São Paulo, quando foi atingido pelos escombros. Ele sofreu traumatismo craniano e diversas fraturas pelo corpo, ficou 24 dias em coma e recebeu alta médica no dia 9 deste mês. Desde a última segunda-feira (13), ele voltou a trabalhar na empresa de festas infantis.

“O que eu lembro direitinho é que desmaiei. Estava terminando um curso na igreja e recebemos um recado que em 15 minutos era para sair porque iria cair. No telão apareceu uma moça e deu um recado”, disse.

Depois disso afirma que só percebeu teto, gritos e choros antes de desmaiar e acordar apenas no final da primeira quinzena de fevereiro.

Jodas afirmou que os médicos chegaram a dizer aos seus pais que ele tinha apenas 1% de chance de sobreviver. Ele ainda se recupera de uma lesão na perna e terá de usar um gesso. Até o mês passado andava de cadeiras de rodas. O empresário afirma que sua memória foi recuperada gradualmente. “Hoje estou 100%”, afirma.

Ele considera sua recuperação um milagre e afirma que voltou a frequentar as reuniões da denominação. Questionado se frequentaria novamente o local –na eventualidade de um novo templo for reerguido– ele afirma não ver problemas.

Entretanto, segundo diz, não conseguiu até agora assistir por completo ao vídeo com os últimos momentos da tragédia. “Chorei”, diz numa voz embargada ao telefone, sem querer estender muito a declaração.

Até esta sexta-feira (17) ele afirma não ter sido procurado pela Polícia Civil para prestar depoimento.

Fonte: Folha Online

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