Testemunhas que acompanharam um casamento em massa organizado no mês passado pelo governo do Estado de Madhya Pradesh, no centro do Índia, estão acusando as autoridades de ter obrigado as noivas a passar por testes de virgindade.
Muitas das mulheres que participaram da cerimônia reclamaram, dizendo que se sentiram humilhadas e com vergonha por ter sido examinadas.
O caso levou a Comissão Indiana para Mulheres a pedir explicações do governo estadual.
As autoridades, no entanto, negam as alegações e dizem que as noivas foram examinadas apenas para verificar se alguma delas estava grávida. A virgindade das noivas é valorizada na Índia e o sexo antes do casamento é visto com reprovação por boa parte da população. “Presente” De acordo com os relatos, as jovens que se inscreveram para o casamento em massa na cidade de Shahdol, 600 km distante da capital regional, Bhopal, souberam do exame quando chegaram ao local da cerimônia.
Quase todas as noivas vieram de famílias pobres, de regiões tribais. Testemunhas dizem que elas se enfileiraram antes do exame minucioso, que foi feito por uma médica. Várias mulheres afirmaram que funcionários lhes disseram que não receberiam presentes de casamento no total de cerca de US$ 132 se não fossem examinadas.
Evento comum Mas a administração local diz que mais candidatas do que o previsto apareceram no local e muitas delas não tinham documentos e “pareciam suspeitas”.
Ainda de acordo com integrantes do governo do Estado, os testes de gravidez teriam sido introduzidos depois que uma noiva deu à luz durante um casamento em massa. Esses eventos, geralmente organizados por entidades de assistência social, são comuns na Índia, onde o costume da noiva pagar um dote em dinheiro é tradição.
O Estado de Madhya Pradesh faz os casamentos em massa desde 2006 para ajudar noivas mais pobres a se casarem.
Fonte: BBC Brasil