Uma testemunha que prestou depoimento à Polícia no dia 26 no inquérito que apontou o padre Júlio Lancelotti, 58, como vítima de extorsão, diz ter sido ameaçada de morte por traficantes do Pari, região central de São Paulo.

No depoimento, a testemunha havia apontado outros quatro suspeitos de extorsão, além dos quatro acusados pelo padre.

Nascida e criada no bairro do Belém, Zona Leste, a testemunha, de 42 anos, declarou que pretende deixar a capital e fechar o comércio que ainda mantém próximo à pensão do ex-interno da antiga Febem, Anderson Batista, 25, acusado pelo sacerdote de ser o mentor das chantagens contra ele.

A testemunha foi apresentada à imprensa pela Polícia no dia 26 à tarde. Menos de sete horas depois, Batista foi preso. No dia seguinte, a mesma testemunha diz ter voltado à 5ª Delegacia Seccional Leste e afirmou que estava sendo ameaçada por donos de um ponto de venda de crack. Mas não aceitou o convite para entrar no Programa Estadual de Proteção a Testemunhas (Provita).

“Eu sempre morei aqui no Belém, agora eu sou marcado como o dedo-duro do bairro. Todo mundo acha que fui eu quem entregou o Anderson”, disse a testemunha, que parou de trabalhar devido às ameaças.

O advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, defensor do padre Júlio Lancellotti, disse na segunda-feira, que a casa do sacerdote na Mooca, Zona Leste da capital paulista, foi invadida duas vezes em 2006. Ele afirmou suspeitar que as invasões tenham sido praticadas pelo bando acusado de achacar seu cliente. Na última, no fim do ano, os invasores agrediram a sobrinha e a mãe do padre, Vilma, de 84 anos, além de intimidá-lo

Fonte: O Povo

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