Leo Burg usa sua profissão no campo missionário. (Foto: Leo Burg/Instagram)
Leo Burg usa sua profissão no campo missionário. (Foto: Leo Burg/Instagram)

O esporte se tornou uma ferramenta no campo missionário para Leo Burg, que há mais de 10 deixou sua vida no Brasil para treinar crianças e levar o Evangelho à Ásia e África.

“É por isso que temos lutado todos os dias: levar transformação, através do esporte, na vida das crianças e suas famílias”, disse Leo Burg em entrevista ao Guiame.

O chamado de Burg é fruto do sonho de todo menino: ser um jogador de futebol. Ele começou a se envolver com o esporte em 1993 em um clube de formação de São Paulo, o Pequeninos do Jockey.

Desanimado com a carreira no futebol, anos mais tarde, Burg iniciou uma faculdade de Direito em Curitiba e criou novos planos. Até que, certo dia, em uma sessão de cinema com sua esposa, Rubiana Burg, ele sentiu que deveria se doar mais para o Reino de Deus.

“Um dia assistimos um filme chamado Quem se Importa em um cinema de Curitiba. Saímos daquele lugar chorando e pensando: precisamos mudar o sentido da nossa vida.”

“Naquela época estávamos vivendo o melhor momento financeiro da nossa vida, mas começamos a nos perguntar onde Jesus se encaixava naquilo”, contou.

Em 2012, Leo e Rubiana deixaram tudo no Brasil, literalmente, e foram para o campo missionário na Índia. No país asiático, ele tirou licenças como treinador e, sua esposa, como professora. Através de suas profissões, o casal conseguiu alcançar muitas pessoas.

“Através da minha profissão, entrei em lugares que não entraríamos se fossemos missionários sem essas habilidades específicas”, disse Burg.

Chamado para a África

O casal já estava estabelecido na Índia: sua primeira filha, Aimeé, havia nascido naquela nação e seu segundo filho, Gabriel, estava a caminho. Foi nesta época, em 2018, que Deus começou a despertar Moçambique no coração deles.

“Mas Deus, há tantos trabalhos missionários lá”, Leo pensou na época. Ele então sentiu uma resposta de Deus: “Chegou a hora de discipular as nações.”

Depois que o segundo filho do casal nasceu, toda a família se mudou em 2019 para Moçambique, na cidade de Pemba, em Cabo Delgado. A trajetória no país, no entanto, foi muito mais desafiadora.

“Começaram a irromper alguns ataques terroristas na região e nos mudamos para a província de Sofala”, ele conta. “A insegurança é constante. Nós sabíamos que Deus nos guardava, mas para nós não era sábio permanecer naquele local.”

Burg se lembra de um episódio em que tentaram invadir sua casa enquanto estavam fora e isso o assustou. “Porque não sabíamos a motivação. Com duas crianças, é desafiador você viver essa escalada de ataques”, disse.

O missionário já estava acostumado com situações de hostilidade. “Nós tivemos situações na Índia que tivemos que sair dos vilarejos de onde estávamos porque havia iminência de ataques. Soube de pastores de nossos vilarejos que foram agredidos por extremistas”, conta.

Para ele, a insegurança é um capítulo que Índia e Moçambique têm em comum. “Na Índia, você era proibido de fazer proselitismo religioso. Você podia ser cristão, mas não podia fazer batismos ou evangelismos. Já em Moçambique temos o desafio de discipular uma nação com uma diversidade de culturas, sem acesso a comida ou a água, onde crianças morrem de diarreia e de fome”, analisa.

Missões através do futebol

É nesse contexto que ele atua pela TAP Global, uma organização cristã com sede no Brasil, fundada em 2015. Em seus projetos e ações, a TAP busca apoiar pessoas carentes através do esporte.

Em Moçambique, Leo Burg é treinador em um Centro Esportivo que não só promove técnicas de futebol a meninos e meninas, mas também leva alimentação e o ensino da Palavra de Deus.

“Não é uma escolinha, é um trabalho de desenvolvimento esportivo. Porque eu creio que não fazemos nada mediano para Jesus. Entregamos o melhor para Ele e para as crianças. Elas terão capacidade de se tornar atletas profissionais no futuro, mas o mínimo que vão sair dali é amando Jesus e sabendo que a vida delas faz sentido”, declarou.

Uma das cenas mais marcantes para Burg foi após uma campanha de arrecadação de chuteiras. “Um menino recebeu uma chuteira e chorou quando colocou no pé, porque ele nunca tinha vestido um calçado para jogar futebol. É tão longe da nossa realidade”, disse.

Enquanto isso, Leo Burg acredita que cada pequena ação feita no campo missionário são como “gotas” que vão fazendo a diferença em um oceano extenso. “A TAP é uma gota no oceano, mas se ela não estivesse lá, algo faltaria no oceano. A nossa contribuição nesse mundo tem o poder de transformar vidas”, destaca.

Fonte: Guia-me

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