Um tribunal ultra-ortodoxo de Jerusalém proibiu a venda de toca-MP4, tocadores digitais de música que também reproduzem vídeos – a decisão não tem valor legal. Considerado “uma ferramenta do diabo que leva as pessoas ao pecado”, esse tipo de aparelho foi proibido pelo tribunal de ser vendido ou estocado em lojas, segundo a edição on-line do jornal “Yediot Ahronot”.

Dois estabelecimentos de Jerusalém que desobedeceram a “determinação” foram vandalizados.

O “Yediot Ahronot” afirma que avanços tecnológicos sempre representaram um problema para a comunidade ultra-ortodoxa. “Com freqüência os rabinos optam por banir qualquer contato público com gadgets [eletrônicos] desconhecidos, com medo de que seus usuários sejam expostos a conteúdo impróprio. O mesmo acontece com os toca-MP4 que, por exibirem vídeos, tornaram-se a mais nova ameaça à castidade”, diz a publicação.

A luta contra esses eletrônicos atingiu seu ápice na semana passada, quando a loja de um fornecedor de toca-MP4 foi vandalizada – localizada em Meah Shearim, no subúrbio de Jerusalém, ela teve sua janela e vitrines quebradas. Outro estabelecimento, este em Shabbat Square (Jerusalém), também foi incendiado. A polícia informou que vai investigar os dois casos.

Testemunhas ouvidas pelo “Yediot Ahronot” disseram que isso já era algo esperado, pois semanas antes do ataque estudantes já protestavam em frente aos estabelecimentos contra a venda dos eletrônicos considerados proibidos.

Além disso, os donos das lojas que comercializavam os toca-MP4 viraram alvo de campanha negativa. “Há uma praga terrível, fazendo vítimas diariamente. Esses aparelhos pecaminosos foram proibidos pelos rabinos, mas ainda são encontrados. Seus distribuidores diabólicos não querem nada além de levar o povo de Israel ao pecado, com filmes e outros conteúdos abomináveis”, dizia um dos anúncios.

Outro texto também distribuído contra os comerciantes informava público sobre a proibição da venda dos MP4. “Esse pequeno aparelho é uma ferramenta do diabo para ganhar acesso a nossas casas protegidas, disfarçado como uma forma de você ouvir lições do Tora [cinco primeiros livros da Bíblia].”

Fonte: G1

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