O deputado da ultradireita holandesa Geert Wilders levantou preocupações na Holanda ao divulgar um projeto cinematográfico que retrata o Alcorão como “um livro horrível e fascista”, sucitando o debate sobre os limites da famosa tolerância holandesa.

Até agora, ninguém sabe se o projeto do filme, anunciado em novembro pelo chefe do partido populista PVV (que tem 9 dos 150 deputados do Parlamento holandês), será de fato executado. O roteiro inclui cenas que mostram o livro sagrado dos muçulmanos sendo rasgado ou queimado.

Wilders, que segue os passos do líder populista Pim Fortuyn, fez fama com suas declarações eloqüentes e desastrosas, de preferência contra o islã, cuja proibição foi por ele pedida mais de uma vez no Parlamento.

O deputado, que defende o fim da imigração muçulmana para o país, mantém o conteúdo de seu projeto em segredo.

“Todo mundo está animado (com o filme), o que me mostra que devo continuar”, declarou Wilders à revista HP/De Tijd. “Eu não valeria grande coisa se desistisse agora”, afirmou.

Se os muçulmanos se sentirem insultados pelo projeto, seria “uma lástima, mas não é problema meu”, chegou a dizer em novembro.

Enquanto se aproxima a data de lançamento da produção, previsto para o final de janeiro, o país discute e as autoridades se preocupam com os eventuais resultados do filme.

Um grupo de manifestantes protestou há alguns dias em Amsterdã contra o projeto, que também foi criticado por prefeitos. O mufti da Síria, Ahmad Badr al Din al Hassun, alertou que poderia correr sangue, enquanto empresários disseram estar “preocupados” e, segundo a imprensa desta sexta-feira, o Governo elaborou um plano de evacuação de suas embaixadas e cidadãos no Oriente Médio.

“Temos sempre que estar preparados para diferentes cenários, para fazer frente a possíveis catástrofes”, disse à AFP Bart Rijs, porta-voz do ministro das Relações Exteriores, Maxime Verhagen.

“Nada me faz pensar que o governo holandês vá pôr em prática agora um plano de emergência”, e não há motivo algum para evacuar ninguém, explicou.

Em novembro, Verhagen se reuniu com o deputado para abordar “os riscos” envolvidos em seu projeto.

O governo holandês teme que se repita a crise das caricaturas de Maomé publicadas por um jornal dinamarquês no final de 2005, e que desencadeou na época uma onda de enfurecidos protestos da comunidade muçulmana em todo mundo, com centenas de mortos.

Em nivel interno, este capítulo recuerda el asesinato del cineasta Theo van Gogh en noviembre de 2004 en Amsterdam, tras la difusión de una de sus películas sobre las mujeres y el islam. En aquel entonces estallaron vivas tensiones intercomunitarias que no causaron víctimas.

Según Geert Wilders, su película mostrará que el Corán es “un libro horrible y fascista” que empuja a las personas a cometer “actos terribles”.

Sobre a distribuição, Geert Wilders não explicou como seu filme seria divulgado, mas especula-se que seja através da internet ou mesmo na televisão, aproveitando-se do espaço destinado à propaganda política.

Fonte: AFP

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