Uma em cada quatro adolescentes de 14 a 19 anos de idade apresenta algum tipo de doença sexualmente transmissível (DST) nos Estados Unidos, segundo um estudo do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) do governo americano.

Ao todo, o centro estima que cerca de 3,2 milhões de jovens estão infectadas com pelo menos uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns: papilomavirus humano (HPV), clamídia, herpes simples e tricomoníase.

O estudo apresentado na Conferência Nacional de Prevenção de DSTs, em Chicago, mostra que a incidência dessas doenças é bem mais alta entre as adolescentes afro-americanas (48% estão infectadas com pelo menos uma delas) em comparação com as jovens brancas e as de origem mexicana (apenas 20%).

Este foi o primeiro estudo a examinar a prevalência da combinação das DSTs mais comuns entre as adolescentes em todo o país.

A análise foi feita sobre dados coletados pela Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição de 2003 e 2004.

Representatividade nacional

Os autores estudaram informações sobre uma amostra de 838 adolescentes que teriam representatividade nacional.

“Os dados demonstram os significantes riscos para a saúde que as DSTs apresentam para milhões de jovens mulheres neste país a cada ano”, disse Kevin Fenton, diretor do Centro para HIV/AIDS, Hepatite Viral, DSTs e Prevenção de Tuberculose do CDC.

Segundo o estudo, 15% das jovens apresentavam mais de uma infecção. A mais comum era por HPV – vírus associado a verrugas genitais e câncer cervical – encontrado em 18,3% das jovens, e clamídia, encontrado em 3,9% das adolescentes.

“Levando-se em conta que os efeitos das DSTs para as mulheres – da infertilidade ao câncer cervical – são particularmente severos, os exames de rotina para DSTs, vacinas e outras estratégias preventivas para as mulheres sexualmente ativas estão entre as prioridades do setor de saúde pública.”

O centro ainda recomenda a vacinação de meninas de 11 e 12 anos contra o vírus HPV tipos 16 e 18, responsáveis por 70% dos casos de câncer cervical e 6 e 11, responsáveis por quase todas as verrugas genitais.

Os autores notam que a incidência de doenças sexualmente transmissíveis entre as jovens pode ser ainda mais alta, já que não foram realizados exames de sífilis, HIV e gonorréia – mas a prevalência dessas doenças costuma ser baixa nesta faixa etária.

“Os altos índices de infecção de DSTs entre as jovens mulheres, particularmente as jovens afro-americanas, são sinais claros de temos que continuar a desenvolver modos de alcançar aqueles que sofrem maior risco”, disse John M. Douglas, diretor da Divisão de Prevenção das DSTs do CDC.

Ao todo, metade das jovens no estudo disse ter feito sexo. Entre elas, a prevalência das infecções foi de 40%.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças diz que apóia um amplo programa de prevenção, que inclui a abstinência sexual, a monogamia e o uso correto de preservativos entre as pessoas sexualmente ativas para diminuir o risco de contágio.

Fonte: BBC Brasil

Comentários