A seção belga da Universidade Islâmica da Europa, com sede em Gante, no oeste da Bélgica, começará a oferecer na próxima semana um curso de ciências islâmicas para formar futuros imames, professores de religião e trabalhadores sociais.
A universidade ainda não obteve o reconhecimento do Ministério da Educação Belga, o que a impede de receber subsídios. O reitor, Abdullah Demircrioglu, considera que a educação islâmica em nível superior é imprescindível na Bélgica e no restante da Europa, visto que o número de muçulmanos neste continente não pára de crescer.
“Por ocasião de seu desenvolvimento espiritual e intelectual e sua participação como cidadãos plenos na vida social dos países nos quais vivem, é preciso uma formação na medida das necessidades específicas dos ofícios de imame e conselheiro espiritual”, afirma Demircrioglu no site da universidade.
O curso, que durará três anos, inclui tanto o estudo dos princípios e tradições islâmicos, como o das sociedades nas quais os muçulmanos vivem hoje em dia.
Grande parte da grade curricular se concentrará na aprendizagem do árabe, tanto o contemporâneo como o tradicional, no qual o Alcorão está escrito, e na interpretação dos seus textos sagrados.
Assim, a universidade pretende formar especialistas que possam exercer várias funções diretivas ou consultivas em prol da comunidade islâmica e de sua participação e integração na sociedade belga e européia.
Demircrioglu mostrou-se convencido de que as pessoas formadas em sua universidade – homens e mulheres de diferentes tendências dentro do Islã e de todos os grupos étnicos, além de não muçulmanos – “poderão ajudar a reduzir o abismo entre muçulmanos e não muçulmanos”.
Em entrevista concedida ontem ao jornal “De Standaard”, o reitor insistiu em que se trata de “um instituto científico que pretende fornecer uma educação democrática e qualitativa que não tolerará nenhuma forma de extremismo”.
“O que os fundamentalistas fazem não é representativo para o Islã, que é uma religião pacífica e tolerante”, afirmou.
A universidade é dirigida por muçulmanos de diferentes origens que vivem na Bélgica e que estão habituados à língua e à sociedade flamengas.
Fonte: EFE