A “cristianofobia” é um problema crescente no mundo e deve ser combatida com a mesma determinação que a islamofobia e o anti-semitismo, disse o Vaticano nesta sexta-feira.

O arcebispo Dominique Mamberti, ministro de Relações Exteriores do Vaticano, fez a declaração ao comentar os ataques contra cristãos que nesta semana mataram pelo menos 13 pessoas no leste da Índia, obrigando milhares a fugirem para acampamentos do governo.

Numa conferência no norte da Itália, ele disse que a liberdade religiosa é um componente vital das relações internacionais e da dignidade humana. “A fim de promover esta dignidade de forma integral, a chamada ‘cristianofobia’ deve ser combatida de forma tão decidida quanto a islamofobia e o anti-semitismo”, afirmou.

Os incidentes na Índia, nos quais mais de 12 igrejas foram incendiadas, foram uma reação popular contra o assassinato de um líder hindu local. Grupos hindus acusam padres católicos de “comprarem” a conversão de hindus de castas inferiores. Os cristãos dizem que os hindus se convertem por iniciativa própria, para escapar ao complexo sistema de castas.

O papa Bento 16 condenou a violência contra cristãos no Estado de Orissa, mas lamentou também o assassinato do líder hindu.

A chancelaria italiana disse que vai convocar o embaixador da Índia para exigir uma “ação incisiva” que evite novos ataques aos cristãos.

Mamberti disse que 21 missionários católicos foram mortos no mundo em 2007, e lamentou que a população cristã do Iraque tenha diminuído de mais de 1 milhão antes da invasão norte-americana no Iraque para cerca de 500 mil.

Em julho, o papa pediu ao primeiro-ministro do Iraque, Nuri Al Maliki, maior proteção para a minoria cristã do país.

Em fevereiro, o arcebispo de Mosul (ligado aos caldeus, maior denominação cristã do Iraque) foi sequestrado e achado morto duas semanas depois.

Fonte: Reuters

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