O secretário de Saúde do Vaticano, o cardeal mexicano Javier Lozano Barragán, disse nesta segunda-feira, em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, que a eutanásia é uma forma de assassinato, mas ponderou que também não é moral prolongar a agonia dos pacientes com remédios.

Barragán declarou-se favorável “às curas paliativas para evitar sofrimentos inúteis”. “Esta é a verdade da Igreja em matéria de medicamentos e de grandes doenças, uma verdade que o fiel não deve se esquecer jamais”, afirmou o cardeal ao diário romano.

Segundo ele, “o homem jamais pode substituir a Deus, como pretendem os que proporcionam a eutanásia”. O secretário não especificou quais seriam as “curas paliativas” defendidas pela Igreja.

As palavras de Barragán vieram num momento em que a Itália discute a questão da eutanásia. Uma súplica ao presidente italiano, Giorgio Napolitano, feita por Piergiorgio Welby, um homem que já não pode caminhar, comer nem respirar por seus próprios meios devido a uma distrofia muscular, gerou um debate acalorado sobre a morte assistida neste país de tradição católica.

Em uma carta-resposta divulgada no sábado, Napolitano disse que o pedido de Welby o havia comovido e que desejava que houvesse um debate sobre a eutanásia “porque a única postura injustificável seria o silêncio”.

Welby, de 60 anos, está confinado em uma cama e conectado a uma sonda que o permite respirar artificialmente. Ele se comunica com a ajuda de um sintetizador de voz. Ele foi diagnosticado com distrofia muscular quando era adolescente. Aos 33 anos, começou a utilizar uma cadeira de rodas. Durante os últimos três meses respira artificialmente e começou a se alimentar com sonda. A eutanásia é ilegal na Itália, onde a Igreja Católica tem grande influência política.

Fonte: Último Segundo

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