Porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, defendeu uma “necessária” imparcialidade no debate.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, pediu nesta quinta-feira que o debate em curso na Irlanda após a publicação de um relatório sobre abusos sexuais cometidos por sacerdotes católicos na diocese irlandesa de Cloyne seja conduzido com “objetividade”.

Lombardi defendeu uma “necessária” imparcialidade no debate para conseguir “o objetivo que deve prevalecer: a proteção de crianças e jovens”.

O porta-voz, que qualificou o acontecimento em Cloyne de “dramático”, ressaltou também a necessidade de renovar o “clima de confiança e colaboração para conseguir esse objetivo, como sugeriu o papa em carta aos católicos da Irlanda” no dia 19 de março de 2010.

Essa foi a maneira encontrada por Lombardi para responder as críticas do primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, que acusou o Vaticano de cumplicidade no caso da diocese de Cloyne e de minimizar os escândalos de abusos sexuais a crianças irlandesas.

Kenny declarou ainda que seu Governo espera uma resposta da Santa Sé depois que receber o relatório do sucedido. Sobre essa questão, Lombardi manifestou que o Vaticano responderá “oportunamente” à pergunta do Executivo irlandês.

No último dia 13 de julho, o Governo irlandês publicou um novo relatório de 400 páginas sobre os abusos sexuais cometidos contra menores na diocese de Cloyne. O documento aborda casos de supostos abusos de 19 religiosos, assim como as respostas das autoridades eclesiásticas dessa diocese às denúncias.

A investigação, concluída em dezembro do ano passado, foi ordenada pelo Executivo de Dublin há três anos, depois que um órgão de supervisão da Igreja afirmou que o então bispo de Cloyne, John Magee, atrasou as investigações sobre supostos casos de pedofilia denunciados em sua diocese entre 1996 e 2009.

A publicação deste relatório sucedeu outros três documentos que causaram comoção na Irlanda ao revelar o verdadeiro alcance dos casos de abusos contra menores e as manobras dos dirigentes religiosos para proteger os sacerdotes pedófilos.

No último dia 14, após a publicação do documento sobre Cloyne, Kenny qualificou de “absolutamente vergonhoso que o Vaticano se posicionasse dessa maneira em algo tão delicado e pessoal, algo que ficará marcado pra sempre na vida da pessoa afetada”.

O papa Bento XVI condenou em várias ocasiões os casos de abusos sexuais de padres irlandeses a crianças, que qualificou de “crime atroz”, ao mesmo tempo em que exigiu aos bispos desse país que enfrentem o problema com “decisão e determinação”.

[b]Fonte: Terra[/b]

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