Apesar dos bloqueios e toques de recolher impostos pelos governantes da Nigéria, extremistas desobedeceram às ordens e atacaram diversas vilas no país.

Na segunda-feira, 30 de março, radicais islâmicos invadiram duas aldeias em Chikun, ao sul do estado de Kaduna, e mataram dez cristãos.

Os moradores da região acreditam que o incidente é resultado dos planos de banir a presença dos seguidores de Jesus da região. Outros dois cristãos que estavam na área do governo também foram vítimas. Um foi o ex-chefe do distrito, Danlami Barden, e o outro foi o irmão dele, Musa Barde.

No primeiro dia de abril, militantes fulani atacaram a comunidade Ancha, no estado de Plateau. Dois homens e uma mulher grávida de três meses foram exterminados durante a ofensiva.

De acordo com o presidente da Associação de Desenvolvimento da Juventude de Miango, Nuhu Nkali, muitas pessoas estão desabrigadas porque 17 casas também foram incendiadas, bem como reservas de alimentos e motos.

“Nossa comunidade tem estado sob o cerco dos pistoleiros nos últimos tempos, mas acreditamos que o último ataque ao nosso povo poderia ter sido evitado porque, quando notamos movimentos estranhos e suspeitos (terça à noite), a comunidade se esforçou para alertar os agentes de segurança, mas nada foi feito”, afirma.

Outro líder da comunidade, Sunay Abdul, confirmou o acontecimento e contou que os radicais eram numerosos.

“Ninguém podia resistir a eles. Eles incendiaram casas aleatoriamente, queimaram quatro carros e mataram três pessoas, enquanto sete outras sofreram vários tipos de ferimentos”, testemunhou.

Mas essas não foram as únicas ofensivas. De acordo com a Fundação Stefanos, que também presta assistência a cristãos perseguidos no país, as aldeias de Hulke e Nkiedoro também foram atacadas, com o incêndio de 38 casas. Porém, não houve dados sobre mortes e nem feridos. 

Os ataques na Nigéria não param por aí. Um deles ocorreu no dia 24 de março. Os militantes fulani mataram cinco pessoas e feriram duas, na área do governo local de Bassa. No dia seguinte, os agressores retornaram e atiraram nas mulheres enlutadas, duas delas morreram. Eles seguirem para Gbra-Zongo e assassinaram mais três crianças.

“Não sabemos o que fizemos para atrair essa maldade contra nosso povo, sem que as autoridades nos protejam e impeçam que os homens armados causem mais estragos em nossa comunidade”, completou Nkali.

A Portas Abertas pediu ao governo que garanta a segurança de todos os nigerianos e que trabalhe para acabar com a impunidade e impedir a ação de radicais que atacam diversas áreas na Nigéria, especialmente durante a quarentena contra a COVID-19.

“Também é urgente abordar a negligência das agências de segurança que as comunidades cristãs continuam apontando”, afirmou Jo Newhouse*, porta-voz do trabalho na África Subsaariana. Ele também pediu que irmãos e irmãs ao redor do mundo lembrem-se em oração dos cristãos que vivem em todo o país.

Fonte: Portas Abertas

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