Vladimir Putin (Foto: Reprodução/kremlin)
Vladimir Putin (Foto: Reprodução/kremlin)

Pouco depois de partir de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, visitou a igreja Church of Life-Giving Trinity. A congregação é uma Igreja Ortodoxa Russa representativa e foi um dos locais pelo qual Putin passou na primeira visita à Coreia do Norte em 24 anos.

Desde que começou a “operação especial” na Ucrânia, a Rússia, sob administração de Putin, tem ficado cada vez mais isolada da comunidade internacional. O regime russo precisa de aliados e os encontrou em um pequeno círculo de Estados dispostos a apoiá-lo. A Coreia do Norte é uma dessas nações e compartilha um pequeno trecho de fronteira com a Rússia.

Como uma potência na produção de armas, artilharia e mísseis, a Rússia é uma aliada de grande interesse para a Coreia do Norte que procura desesperadamente tecnologia e recursos financeiros. Em 2023, Putin prometeu ajudar o programa espacial norte-coreano, e as autoridades da Coreia do Norte enviaram milhares de trabalhadores para a Rússia.

Pacto de mútua defesa

Na visita recente e breve, o presidente russo participou de paradas, shows e assinou um pacto de mútua defesa com Kim Jong-un, atual líder da Coreia do Norte. O tratado estipula que as duas nações ajudem uma à outra em caso de agressão. Pouco antes de entrar no avião para o Vietnã, Putin visitou a Igreja Ortodoxa Russa, onde falou com o arcebispo, participou de um breve culto e acendeu uma vela.

A visita de Putin à Coreia do Norte e à igreja em Pyongyang tem propósitos claros. O primeiro deles é enfatizar a forte conexão com o país. A Igreja Ortodoxa Russa foi construída na capital norte-coreana depois que o pai de Kim Jong-un, Kim Jong-il, visitou uma igreja na cidade de Irkustk, na Rússia, em 2002.

Outro motivo para a visita é a publicidade que Putin promove de si mesmo como um devoto cristão e defensor da Igreja Ortodoxa Russa. Em sua perspectiva, um verdadeiro russo é um russo ortodoxo. Por fim, o líder russo busca defender a aparência de liberdade de religião na Coreia do Norte, o que não é a realidade.

Perseguição extrema aos cristãos

Desde 1950, cristãos são ferozmente perseguidos pelas autoridades norte-coreanas, e os que não presos mantêm a fé em Jesus em segredo. Por causa da preocupação com sua reputação internacional, a Coreia do Norte estabeleceu a Federação Cristã Coreana e fundou quatro igrejas oficiais norte-coreanas, todas representativas e localizadas na capital, Pyongyang, – uma Igreja Ortodoxa Russa, uma Igreja Católica Romana e duas igrejas protestantes.

As igrejas simbólicas só permitem cultos quando estrangeiros as visitam. Como na Rússia, as igrejas oficiais servem para apoiar as ações e ideologias dos governantes. A verdadeira igreja de Cristo, com 300 a 500 mil cristãos aproximadamente, é forçada a viver a fé em segredo.

Tanto Putin quanto Kim se sustentam no poder por meio da opressão e do grande investimento em propaganda. A visita à igreja foi mais uma estratégia de publicidade e não trouxe nenhuma diferença positiva para os cristãos perseguidos na Coreia do Norte. A Bíblia continua sendo um livro proibido, muitos cristãos continuam presos, torturados e outros são mortos por causa da fé em Jesus.

Fonte: Portas Abertas

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