Os roqueiros anglo-australianos do AC/DC têm uma mensagem para os roqueiros decididos a fazer o bem: parem de pregar sermões ao público sobre doar dinheiro para caridade.
Em entrevista ao jornal australiano The Daily Telegraph, o vocalista da banda, Brian Johnson, disse que as pessoas não querem celebridades ricas, como Bob Geldof e Bono, lhes dizendo para pensarem em crianças morrendo de fome.
“Eu não fico mandando todo mundo dar dinheiro — nem todo o mundo pode”, disse Johnson, cuja banda recebeu o primeiro Grammy de seus 37 anos de carreira no último fim de semana — o de melhor performance de hard rock, pela canção “War Machine”.
“Quando eu era trabalhador, não queria ir a um show para ouvir algum bastardo… falar comigo em tom de superioridade, dizendo que eu deveria estar pensando em alguma criança na África.”
Johnson disse que sua banda prefere fazer trabalhos para caridade em particular, gastando um pouco de seu próprio dinheiro.
“Faça um show beneficente, tudo bem, mas não na televisão mundial”, disse ele.
As declarações do vocalista foram publicadas no momento em que o AC/DC se prepara para partir, na próxima semana, em sua primeira turnê australiana em nove anos, depois de já ter percorrido várias partes do mundo em sua turnê mundial “Black Ice”.
O álbum do mesmo título, o primeiro lançado pela banda em sete anos, já vendeu cerca de 6,7 milhões de cópias em todo o mundo.
Brian Johnson tem 62 anos e assumiu como vocalista do AC/DC após a morte de Bon Scott, em 1980, por intoxicação alcoólica. Ele disse que não tem planos de se aposentar.
“É claro que não quero me aposentar”, disse ele. “Mas estou lhe dizendo: se o corpo ou a voz deixarem de funcionar, não vou poder fazer nada. O orgulho é o que é. Você não quer decepcionar a você mesmo, à banda ou aos fãs. Vou continuar enquanto eu conseguir.”
Fonte: UOL