Uma das maiores preocupações da XII Assembléia Sinodal de bispos, o diálogo inter-religioso foi defendido, entre outros, pelo cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, para quem é preciso aumentar as relações com os judeus e que os cristãos “não deixem de lado o Antigo Testamento”.

Por sua vez, o arcebispo de Belo Horizonte, Walmor Oliveira de Azevedo, disse que as novas seitas são um desafio e que se um católico abandona a Igreja para entrar em uma seita é “porque não encontra Deus nela”.

O cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé reforçou a posição de Odilo Scherer dizendo hoje que para não cair no fundamentalismo é necessária uma “justa interpretação” das Sagradas Escrituras.

Os bispos também apóiam a criação de um fórum cristão-muçulmano para “encontrar-se, discutir e meditar juntos”, assim como tomar “iniciativas originais”.

A leitura mediada da Bíblia e a relação entre exegese (interpretação profunda de um texto bíblico) e teologia também foram bastante levantadas.

O cardeal Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, defendeu que a “leitura divina” é um “método útil para o encontro com a Palavra de Deus”.

Levada comentou no Vaticano a Relatio Post Disceptationem (Relação posterior à discussão), documento com os discursos dos 253 participantes da XII Assembléia Sinodal.

Há dez dias da conclusão do Sínodo, com uma missa solene celebrada pelo papa no dia 26, o relator Marc Ouellet cardeal de Québec (Canadá), recolheu as preocupações dos religiosos, entre elas a importância da homilia (leitura da bíblia pelos padres) nas missas.

Ainda sobre a leitura da Bíblia, os padres sinodais assinalaram, segundo o documento de Ouellet, a necessidade de traduzi-la a todas as línguas do mundo, “inclusive as não escritas”.

Segundo o bispo Vincenzo Paglia, presidente da Federação Bíblica Católica, a Bíblia foi traduzida até agora em 2.454 idiomas, faltando outras 4.500 línguas.

Fonte: EFE

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