Milhares de processos de trabalhadores demitidos de emissoras como a RIT (Igreja Internacional da Graça de Deus, de R.R. Soares), TV Mundial (Igreja Mundial do Poder de Deus, de Valdemiro Santiago) e TV Universal (Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo) começaram a ter um desfecho nos últimos dois meses.
A informação é de Ricardo Feltrin, colunista do UOL.
Após anos de tramitação, e muito mais anos em que as TVs/Igrejas simplesmente ignoravam a Justiça e se recusavam a pagar os demitidos e demissionários, agora os processos foram adiante.
Um advogado de São Paulo (que pediu para não ser identificado) cansou de denunciar à Justiça do Trabalho que a RIT (do pastor R.R. Soares) usava de todos os subterfúgios para não pagar a dívida, apesar de não ter mais chance de recursos, Foi aí que ele tentou uma nova abordagem.
Pediu ao juiz envolvido o arresto do QR Code usado pela igreja na TV e em suas redes sociais. O QR Code é usado pelos religiosos para receber doações e dízimos de fiéis.
O juiz autorizou e o resultado saiu em menos de duas semanas: o demitido da RIT recebeu cerca de R$ 300 mil após quase oito anos de espera.
O arresto é uma medida preventiva que apreende bens de um devedor até que ele pague a dívida. Como o QR Code de todas as instituições tem uma conta bancária vinculada, na prática essa conta foi bloqueada também.
A estratégia desse advogado agora “viralizou” no meio jurídico-trabalhista, e os juízes de todo o país estão recebendo uma enxurrada de pedidos para milhares de processos vencidos e não pagos nos últimos 8 anos. Alguns há até mais tempo.
Segundo Feltrin, as igrejas manobram com a abertura de contas múltiplas, quando não transferem seu patrimônio para empresas de fachada ou criadas por fiéis de confiança.
Fonte: UOL – Ricardo Feltrin