Janeiro de 1972. No auge da carreira, Aretha Franklin gravou um dos discos mais celebrados de sua carreira, Amazing Grace, que vendeu mais de 2 milhões de cópias só nos Estados Unidos e é ainda hoje o álbum de música gospel mais vendido de todos os tempos.
O álbum foi gravado durante duas apresentações da Rainha do Soul na Igreja Batista de New Temple Missionary, em Los Angeles. Naqueles dias, em performances de potência impressionante, Aretha cantou músicas das raízes de sua arte e de sua infância para uma plateia fervorosa e emocionada.
As apresentações também ganharam um registro para cinema, um documentário dirigido por Sydney Pollack (Tootsie) que, a princípio, seria lançado junto com disco ao vivo como forma de publicidade. Acontece que o cineasta cometeu a grave falha de não usar claquetes – o que tornou impossível a sincronização das imagens com o som do filme.
O projeto foi então engavetado, com uma Aretha Franklin disposta a impedir o lançamento do filme até o final de sua vida. Antes de morrer, em 2008, Pollack cedeu o material para Alan Elliot, que integrou a equipe de produção na época.
Os problemas de sincronização do material foram resolvidos só em 2011.
Agora, 47 anos depois da lendária gravação, Amazing Grace chega aos cinemas. Após acordo com os familiares de Aretha – que morreu em agosto do ano passado, aos 76 anos, em decorrência de um câncer – , o filme deve estrear no próximo dia 5 de abril nos cinemas dos Estados Unidos.
Infelizmente, ainda não há previsão de lançamento no Brasil.
Em fevereiro passado, Amazing Grace foi exibido no prestigiado Festival de Berlim. Na coletiva de imprensa do evento, Elliot declarou:
“A fama é, hoje em dia, um mostro diferente. Fico impressionado com a ideia de que a mulher mais famosa do momento tenha se fechado dois dias numa igreja, sem acompanhantes, representantes ou empresários, sem se esconder atrás de óculos escuros, só para cantar. Hoje não veríamos isso. Hoje me parece impossível.”
No trailer oficial o filme, divulgado nesta semana, é possível ver a plateia da igreja emocionada, incluindo Mick Jagger e Charlie Watts, durante alguns dos 11 minutos em que Aretha canta a faixa que dá nome ao documentário.
Fonte: Huffpost Brasil