Quase quatro quintos dos eleitores evangélicos brancos pretendem votar em Donald Trump, apesar de seus posicionamentos controversos, seus vários casamentos, sua falta de piedade e sua inconstância em relação às questões que mais os preocupam.

[img align=left width=300]https://s3.amazonaws.com/assets.forward.com/images/cropped/donaldtrump-1453227462.jpg[/img]De acordo com uma pesquisa de opinião feita com eleitores religiosos e divulgada na terça-feira (12) pelo Pew Research Center, o apoio a Trump entre os eleitores evangélicos brancos é ainda maior do que foi quatro anos atrás para Mitt Romney, o candidato republicano anterior à Presidência.

Os evangélicos brancos compõem cerca de um quinto de todos os eleitores registrados. Eles formam um bloco cobiçado que, quando mobilizado através de suas igrejas e redes sociais, é capaz de levar os eleitores às urnas.

Não estava claro até agora até que ponto Trump seria capaz de mobilizar essa base eleitoral republicana fundamental, porque algumas lideranças evangélicas já se disseram perturbadas com a tendência do candidato a se gabar e a menosprezar outros, suas promessas de deportar imigrantes mexicanos e barrar a entrada de muçulmanos no país, além do apoio que ele deu no passado aos direitos dos gays e ao direito do aborto.

[b]’TRUMP JAMAIS’
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Alguns líderes evangélicos influentes engrossaram o campo do “Trump Jamais”, enquanto outros prometeram apoio a Trump. Ainda outros aderiram à sua causa depois de o candidato ter cortejado mil deles numa reunião a portas fechadas em Nova York.

“Trump não é um crente verdadeiro em nenhum sentido, nem em termos religiosos nem no que diz respeito às questões em pauta, mas está falando com os evangélicos”, disse J. Tobin Grant, professor de ciência política na Southern Illinois University-Carbondale e colunista do “Religion News Service”. “Ele está ativamente cortejando os evangélicos, e é isso o que os ativistas querem. Eles querem ter um lugar à mesa, algo que sentiram não ter tido com Romney.”

A pesquisa também constatou que os católicos tendem a apoiar Hillary Clinton, a provável candidata democrata, com 17 pontos percentuais a mais que Trump. É uma mudança importante em relação à corrida presidencial de 2012, quando as pesquisas de boca de urna indicaram que os eleitores católicos se dividiram quase igualmente entre Mitt Romney e Barack Obama.

[b]APOIO A HILLARY
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A mudança se deve em grande parte ao apoio dado a Hillary por católicos hispânicos, que compõem um terço dos católicos do país e preferem Hillary a Trump por nada menos que 77% contra 16% das intenções de voto. No caso dos católicos brancos, Trump tem uma vantagem estreita sobre Hillary -50% contra 46%–, mas Hillary tem vantagem de 19 pontos percentuais entre todos os católicos que dizem assistir à missa semanalmente.

Os protestantes negros estão inequivocamente do lado de Hillary, enquanto os protestantes brancos de centro são favoráveis a Trump, com 50% das intenções de voto contra 39% para Hillary. A pesquisa não mostrou resultados relativos aos membros de grupos religiosos minoritários, como budistas, hindus, judeus e muçulmanos, porque não os incluiu em número suficiente.

Hillary tem o apoio sólido dos eleitores que afirmam não ter religião, segundo a pesquisa. Esse grupo vem crescendo rapidamente nos últimos anos e hoje compõe um quinto dos eleitores registrados -mais ou menos a mesma porcentagem do eleitorado que os evangélicos brancos. Os eleitores sem filiação religiosa são favoráveis a Hillary por 68% contra 26% das intenções de voto, mas seu apoio em muitos casos não é tão inequívoco quanto o dos evangélicos a Trump.

[b]ESCOLHA DIFÍCIL
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A pesquisa descobriu que 36% dos evangélicos brancos declararam apoio forte a Trump, sendo que em junho de 2012 apenas 26% tinham feito o mesmo com Romney. Este encontrou resistência por parte de alguns eleitores evangélicos pelo fato de ser mórmon. Trump é membro da Igreja Presbiteriana americana, uma denominação protestante liberal principal, e demonstra pouca familiaridade com a Bíblia ou o cristianismo.

Mas a pesquisa mostrou que os eleitores em geral, incluindo os evangélicos, estão insatisfeitos com as opções que têm este ano. Quarenta e dois por cento dos eleitores evangélicos brancos disseram que será difícil optar entre Trump e Hillary, porque nenhum dos dois dará um bom presidente.

Na realidade, a pesquisa descobriu que o desejo de derrotar Hillary Clinton é a razão principal por que os evangélicos apoiam Trump. Dos 78% dos evangélicos brancos que disseram que votariam em Trump, 45% precisaram que sua decisão representa “principalmente um voto contra Hillary Clinton”. Apenas 30% disseram que é “principalmente um voto em Trump”.

[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]

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