As imagens mostradas das ruas de Cairo, no mês passado, não foram tão apavorantes quanto as da captura e morte de Muammar Kadhafi, embora ambas sejam igualmente selvagens. Elas foram uma lembrança de que os movimentos populares de algumas partes do mundo, apesar de um grande começo, podem tomar rumos estranhos

Quando muçulmanos liberais se juntaram a cristãos coptas, que marchavam pela área de Maspero de Cairo, no dia 9 de outubro, para protestar a queima de uma igreja copta, muçulmanos conservadores que portavam armas e espadas começaram a atacar os manifestantes. As forças de segurança egípcias jogaram os seus veículos contra a multidão de cristãos e dispararam contra eles.

As autoridades militares do Egito logo cortaram a cobertura de notícias ao vivo do evento. Mas o massacre, no qual no mínimo 24 pessoas foram mortas e outras 300 feridas, foi o pior exemplo de violência sectária no Egito, em 60 anos.

Abundam as narrativas do conflitos e alguns afirmam ter ouvido um locutor na televisão encorajando “honrosos egípcios” a resgatar os soldados egípcios dos ataques dos coptas. Outros ouviram um muçulmano gritar que havia matado um cristão.

O lado bom do episódio de Maspero foi que os muçulmanos uniram-se a manifestantes coptas, que estavam ansiosos para exercer o direito de construir igrejas – direito que sempre foi concedido com má vontade pelo governo

O que foi terrível sobre o mesmo episódio, contudo, é a incapacidade do governo de assumir a culpa pelas mortes dos cristãos. Similarmente, em setembro, o governo não interveio a tempo quando um grande grupo atacou a embaixada israelita, no Cairo, demolindo as suas paredes e matando os que estavam no local.

[b]Fonte: Missão Portas Abertas[/b]

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