Porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, negou que o escândalo de abusos sexuais de crianças por sacerdotes tenha prejudicado a imagem do papa Bento 16

Ainda amargando os reflexos de uma das piores crises que a Igreja Católica já atravessou — imersa em escândalos de pedofilia ao redor do mundo — o papa Bento 16 disse estar “renovado e sorridente”, empenhado em escrever um livro, no estudo e na leitura em suas férias na Itália, informou o Vaticano.

De acordo com o porta-voz da Santa Sé, o padre Federico Lombardi, Bento 16 continua escrevendo um livro sobre Jesus.

“Há alguns dias o papa começou a preparar o terceiro volume de sua grande obra sobre Jesus”, comentou Lombardi em editorial veiculado na Rádio Vaticana.

“É claro o quanto lhe importa terminar este grande projeto iniciado anos atrás”, continuou o porta-voz, aludindo à produção de “Jesus de Nazaré”, cuja segunda parte está sendo traduzida e editada em diversas línguas, e deve chegar às livrarias de todo o mundo no ano que vem.

Segundo o porta-voz, a obra é um guia que visa levar os católicos a “encontrar a figura de Jesus” e o “coração do serviço do sucessor de Pedro para a Igreja e para os homens de todos os tempos”.

Durante seu retiro na residência papal de Castel Gandolfo, Bento 16 tem também “revisto o material dos volumes da Opera Omnia, que reúne seus escritos como teólogo e cuja publicação foi iniciada em alemão e italiano”, afirmou a Santa Sé.

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Ainda em maio o porta-voz do Vaticano negou que o escândalo de abusos sexuais de crianças por sacerdotes tenha prejudicado a imagem do papa Bento 16 — que também foi acusado de acobertar os padres pedófilos.

“Com o que ocorreu nos últimos meses, com o problema do escândalo dos abusos, poderia pensar que a imagem do papa foi debilitada, mas isso não ocorreu”, disse Lombardi, durante entrevista a jornalistas, após uma visita do pontífice à Fátima (Portugal).

A Igreja Católica enfrenta uma de suas maiores crises devido ao acobertamento de abusos sexuais de crianças por parte de padres.

O escândalo atinge até mesmo o próprio papa, acusado de acobertar padres pedófilos na época em que foi arcebispo de Munique, entre 1977 e 1981. Grupos de vítimas pedem ainda informações sobre as decisões tomadas pelo papa na época em que dirigiu o departamento doutrinal do Vaticano, entre 1981 e 2005.

Desde o estouro da crise em vários países, Bento 16 apelou à penitência e prometeu que a Igreja iria tomar medidas para proteger as crianças e tornar padres abusadores perante a justiça.

[b]Fonte: Folha Online[/b]

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