A tributação de templos religiosos, incluindo igrejas evangélicas, está sendo estudada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Depois de ter negado que o governo pode criar um tributo que taxará igrejas, o presidente Jair Bolsonaro admitiu para lideranças evangélicas que o tema vai ser estudado.

“O presidente disse que vai fazer um grupo de estudo em profundidade para avaliar isso tudo. Ele disse: ‘Acho que tudo que mexe com tributação de igreja é importante, vou fazer um estudo para avaliar isso’”, disse o bispo Robson Rodovalho, fundador da Sara Nossa Serra que se encontrou com Bolsonaro na semana passada.

O grupo de estudos do governo vai se debruçar sobre o projeto do secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, que propõe substituir a contribuição previdenciária que incide sobre a folha de pagamento por um tributo que incidiria sobre todas transações financeiras, incluindo as de igrejas. 

Na conversa, Bolsonaro garantiu que a discussão do assunto está suspensa e que não voltará a tocar no assunto até que se faça um “estudo em profundidade”.

“Ele foi muito sábio, muito prático”, disse Rodovalho, que defende que o projeto seja discutido.

“Temos que entender como tirar qualquer zona cinzenta da relação das igrejas com a Receita Federal”.

“Tremendo palhaço”

O assunto voltou à pauta recentemente após uma declaração do secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, que admitiu a intenção de modificar o sistema tributário do país e, assim, taxar todas as operações financeiras. Dessa forma, as transações realizadas pelas igrejas terminariam tributadas como qualquer outra operação.

Após a entrevista de Marcos Cintra ao jornal Folha de S. Paulo, o pastor Silas Malafaia (um dos amigos e conselheiros mais próximos do presidente) reagiu de forma aguda.

“Um tremendo palhaço”, disse o pastor Silas Malafaia sobre o secretário da Receita. “Se ele quer aparecer, mando uma jaca e uma melancia para pendurar no pescoço”, reiterou.

“Ele sabe que isso é impossível. Só faz porque é perverso, maldoso. Uma tremenda de uma safadeza de um boçal. Nem a esquerda na época de Lula e Dilma se meteu numa porcaria dessas”, disparou o pastor.

Malafaia observou, em entrevista à revista Época, que uma proposta como essa não encontra apoio popular: “Não é isenção ou uma leizinha que alguém propõe […] Ele não tem essa competência, porque tem de mudar a constituição. Isso cabe aos deputados […] O [presidente da Câmara] Rodrigo Maia mesmo falou que isso não passa nunca. Vai pressionar o quê? Convence os deputados evangélicos e católicos. Imagina que os partidos políticos vão votar contra eles mesmos? Isso é piada”, declarou.

Fonte: Gospel Mais e O Globo

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