O arcebispo da Paraíba, d. Aldo Pagotto, lançou nesta manhã a cartilha “Eleições e a Cidadania, 2008 – Não basta votar. É preciso participar”. Na cartilha, o arcebispo defende a criação de um mecanismo para barrar a candidatura de políticos que respondem a processos e ainda não foram julgados em última instância.

O documento redigido por ele traz orientações éticas sobre política e cidadania para as eleições desse ano.

A cartilha, que será divulgada em encontros e reuniões pastorais da Igreja (exceto missas) alerta ainda para temas como combate a corrupção, consciência do eleitor e sugere a educação como prioridade no campo das políticas públicas.

Em um dos tópicos, o material trata sobre o combate à corrupção eleitoral e destaca o apoio da Igreja ao movimento que coleta assinaturas a favor de Projeto de Lei de iniciativa popular que institui novas regras para a inelegibilidade, sobretudo de políticos que respondem a processo para que não tenham direito a candidatura.

A cartilha diz: “de acordo com esse Projeto de Lei, tornam-se inelegíveis candidatos condenados em primeira ou única instância, ou que tiverem contra si denúncia recebida por órgão judicial colegiado pela prática de crime. Ainda, parlamentares que renunciarem ao mandato para fugir da cassação”.

Para o arcebispo, entre as mensagens repassadas pela cartilha, a principal é um planejamento. “Não basta votar é preciso participar através de canais que a democracia oferece”, afirma.

Pagotto explica que conselhos participativos e associações de bairros são exemplos desses canais, ou seja, instituições que ajudam no controle social. “É dispor-se também para colaborar. Não basta exigir só dos políticos e dos gestores, é preciso arregaçar as mangas e dizer: eu também estou disposto”.

Como políticas públicas prioritárias, Pagotto elege alguns para que o eleitor observe durante a campanha: educação saúde, capacitação para trabalhão e renda, segurança, moradia e patrimônio público, Ciências, Tecnologia, Meio Ambiente, Cultura, Arte, Esporte e desenvolvimento com políticas de inclusão.

No Capítulo ‘Político não é Papai Noel’, o arcebispo destaca a compra e venda de votos. “Gente que procura político para conseguir vantagem demonstra fraqueza de caráter”, alerta o texto, que ainda arremata: “voto não tem preço, tem conseqüências! Votar em corrupto é votar na morte!”.

Essa foi a terceira cartilha redigida e lançada por d. Aldo desde que assumiu a arquidiocese da Paraíba em 2004. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, Nilo Ramalho participou do lançamento e elogiou o material. “Essa cartilha vai ter um reflexo muito grande vai ser de muita valia para a cidadania paraibana e para a Justiça Eleitoral da Paraíba”.

O Presidente do Fórum Paraibano de Combate a Corrupção (Focco), João Ricardo Coelho, aposta no que chamou de “capilaridade” da Igreja Católica para a ampla divulgação do material. “É mais um trabalho de conscientização do eleitor”.

Fonte: Terra

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