O arcebispo sul-africano Desmond Tutu pediu que os países africanos usem a força militar para tirar do poder o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, se este se negar a renunciar.

Em entrevista à televisão pública holandesa transmitida na quinta-feira à noite, o dirigente religioso disse que, se Mugabe se negar a renunciar, “tem que haver uso da força militar”.

Tutu, que recebeu o Nobel da Paz em 1984, também defendeu que Mugabe seja acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) da ONU, que tem sede em Haia.

“Acho que o mundo deve dizer (a Mugabe): o senhor foi responsável por sérios crimes e vai enfrentar uma acusação em Haia se não renunciar”, segundo o religioso sul-africano.

Perguntado se era necessário usar a força para destituir Mugabe, Tutu respondeu que, “se ele se negar, deve-se usar a força militar”, que deveria ser mobilizada pela União Africana ou pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, em inglês).

A economia do Zimbábue está em um absoluto caos, sem abastecimento de alimentos e outras mercadorias essenciais, mais de 80% de desemprego e uma inflação astronômica, que oficialmente chega a 231.000.000%, por isso a moeda local perdeu totalmente o valor e a população, seu poder aquisitivo.

As Nações Unidas consideram que mais de 5 milhões de pessoas, quase a metade da população, precisarão de ajuda alimentícia para sobreviver a partir de janeiro, enquanto o atual Governo do presidente Mugabe coloca impedimentos para a atuação das agências e organizações internacionais neste campo.

Além disso, uma epidemia de cólera que já matou mais de 200 pessoas afeta o país, onde os serviços de saúde não funcionam, por isso teme-se que a doença se estenda ainda mais.

Fonte: EFE

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