A fotógrafa iraniana Sooreh Hera classificou como um ato de “censura” a decisão do Museu Municipal de Haia de retirar de uma mostra algumas de suas fotografias nas quais aparecem dois gays vestindo máscaras que representam o profeta Maomé e seu genro, Ali.
A fotógrafa iraniana revelou que, após o episódio de censura, está avaliando a possibilidade de retirar da exposição todas as suas obras.
“Os muçulmanos ameaçaram o museu, mesmo a administração não querendo admitir que esta foi a causa da decisão tomada. A única conclusão que posso tirar deste episódio é que Alá é muito potente na Holanda”, acrescentou Sooreh.
O comentário da fotógrafa ocorreu após um porta-voz do museu ter negado que a decisão tomada pela direção tenha sido influenciada pelas ameaças feitas por extremistas islâmicos.
Segundo o porta-voz, a retirada das fotos ocorreu devido ao fato de que “alguma partes sociais a julgaram ofensivas”.
Na última sexta-feira, o diretor do museu, Van Krimpen, havia divulgado a escolha de por as fotos na mostra ressaltando sua “independência de qualquer critério político” e de não haver “possíveis riscos à segurança”.
Krimpen, no entanto, mudou de idéia no fim de semana e decidiu retirar as fotos “comprometedoras”.
Na discussão entraram também os representantes do Partido Socialista (SP) que pedem que as fotos sejam expostas a partir de 15 de dezembro.
Em particular, o conselheiro socialista, Hiek van Driel, pediu para examinar com o diretor do museu quais condições de segurança deveriam ser satisfeitas para poder expor as fotos.
Fonte: UOL