Mais da metade dos deputados federais foi reeleita no pleito de 1° de outubro, mas, dos 60 integrantes da bancada evangélica, apenas 15 deputados foram reconduzidos à Câmara, que tem, no total, 513 assentos.

Ao todo, 5.466 candidatos disputaram uma vaga na Câmara. Segundo levantamento do repórter Sylvio Costa, do sítio Congresso em Foco, 417 dos atuais deputados tentaram a reeleição e 267 deles (64%) ganharam mais quatro anos.

A maior bancada na próxima legislatura será a do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), com 89 deputados, seguida da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), com 83 deputados, e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), com 65 deputados.

Os três partidos que polarizaram o cenário político na atual legislatura, o PT, o PSDB e o Partido da Frente Liberal (PFL) perderam cadeiras na Câmara. A bancada do PT tem 91 deputados, terá 83 na próxima legislatura. O PSDB conta com 70 deputados, ficará com 65, e o PFL tem 84 deputados, ficará com 65 cadeiras.

Em contrapartida, partidos menores elegeram mais deputados em relação ao pleito de 2002. O Partido Verde passa de quatro para 13 deputados; a bancada do Partido Popular Socialista (PPS) sobe de 15 para 21 deputados, e o Partido Social Cristão (PSC), que tinha apenas um deputado em 2002, terá nove na próxima legislatura. Esses foram os partidos que mais cresceram em número de deputados federais no pleito de 2006.

Segundo o sociólogo Alexandre Brasil, professor da Universidade Federal do Rio e estudioso do tema religião e política, muitos evangélicos, apesar de não-eleitos, obtiveram grande quantidade de votos e ficaram com a primeira, segunda ou terceira suplência. A soma dos votos em evangélicos da lista de supostos envolvidos por todo o Brasil, e por estado, se comparados com a votação anterior, pode revelar que, na verdade, a influência do noticiário negativo foi muito pequena. Reforça esta tese, a existência de alguns evangélicos não envolvidos em denúncias ou suspeitas que também obtiveram grandes votações, mas não conseguiram ingressar na Câmara.

Também determinante para a redução da bancada, segundo o sociólogo, foi o o fato de a Igreja Universal enfrentar uma aparente desmobilização na área de campanhas políticas e ter negado a candidatura de última hora a parlamentares que tentariam a reeleição.

Outra análise do professor Alexandre é sobre o futuro da bancada. Quem vai liderar a partir do ano que vem? O atual líder, Adelor Vieira, de Santa Catarina, não foi reeleito. Um grande número de integrantes com mais tempo de Casa também não estará no Congresso. Um vácuo de liderança se abre. Walter Pinheiro (PT-BA), um dos evangélicos mais votados do Brasil, com 200 mil votos, e Robson Rodovalho, que tem tentado articular algum movimento nessa área de união de forças políticas com o Fórum Nacional de Ação Social e Política (Fenasp), são peças importantes neste sistema.

Fonte: ALC e Agência Soma

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