Durante lançamento do seu novo livro: “O DINHEIRO & VOCÊ”, o bispo Robson Rodovalho, 57, deu uma entrevista para a Folha de São Paulo.
Fundador e líder maior da denominação Sara Nossa Terra, ele é filho e neto de plantadores de soja “de médio porte” em Anápolis (GO), onde nasceu, formou-se em Física. Há 21 anos, mudou-se para Brasília, onde fundou a igreja ainda liderada por ele e pela mulher, a bispa Maria Lúcia. Eles têm três filhos e cinco netos.
Envolveu-se com a política, elegendo-se deputado federal, pelo DEM. Entre seus projetos destaca a proibição do uso de documentos psicografados como prova judicial. Também defendeu o projeto que a música gospel beneficie-se da Lei Rouanet.
Afirma ter experimentado “uma decepção forte” desistiu da vida parlamentar. Hoje dedica-se apenas ao ministério. Além de dirigir a denominação, com suas rádios e a rede de TV Gênesis, é escritor e cantor gospel. Ano passado fechou contrato com a Som Livre, gravadora da Globo. Na época visitou o Projac com vários outros pastores para falar sobre a maneira com que os evangélicos eram retratados pela emissora.
Agora lança seu novo livro na Feira Internacional Cristã, da Geo Eventos, empresa da Globo.
Rodovalho promete revelar na publicação “os segredos espirituais, emocionais e práticos para adquirir riquezas”. Afirma ainda mostrar “a origem do dinheiro”, dizendo encontrar evidências lidava que este era “um bem que já tramitava no meio dos anjos, [pois] Lúcifer tinha, antes da queda, algum tipo de comércio”.
Atribui o sucesso de sua denominação à aplicação de um modelo de gestão moderna. Afirma que a atividade de sacerdote não é profissão. Afirma que não paga salário para os cerca de 3.500 pastores da Sara. Repassa apenas uma ajuda de custo, que varia entre R$ 1.500 e R$ 5.000. São 1.050 templos da Sara espalhados pelo Brasil, e afirma ter um diferencial: todos os pastores e bispos têm curso universitário.
Talvez por isso ficou conhecida por atrair gente rica e famosa. No começo dos anos 2000 atraiu artistas como Baby do Brasil, Monique Evans, Leila Lopes e Rodolfo, ex-vocalista da banda Raimundos. Nem todos ficaram, mas recentemente foram aos cultos a atriz Deborah Secco, Ana Cláudia Rocha (mulher do empresário Flávio Rocha, da Riachuelo) e Letícia Weber, namorada de Aécio Neves.
Conservador, suas bandeiras são as mesmas da maioria dos pastores. Defende “os direitos civis”, mas critica o casamento gay e acha que o projeto de lei 122 é “extremamente discriminatório” pois proíbe pregações antigays nas igrejas. Nem por isso deixa de procurar o diálogo. Conta que mês passado falou em um seminário conduzido pelo deputado Jean Wyllys onde disse a uma plateia formada só por gays: ‘Gente, vocês têm liberdade graças a um país cristão, tolerante. Agradeçam ao cristianismo, base da democracia’.”
Por fim, conta que apoiou a eleição de Dilma Rousseff e afirma incisivamente que a influência dos evangélicos cresce em todos os segmentos da sociedade e acredita ser “natural” que por isso o Brasil terá um presidente evangélico.
O bispo também está na crista da onda quântica. Físico formado pela Universidade Federal de Goiás, ele põe fé na ciência e lançou, no começo do mês, um livro para defender que espiritualidade e pensamento científico frequentem o mesmo lado do balcão.
[b]Fonte: Jornal Pequeno[/b]