Uma confusão interrompeu o velório do aposentado José Aristides, de 72 anos, em São Miguel Paulista, Zona Leste da capital, ontem de manhã. Acusado de aplicar um golpe, o bispo que rezava a missa de encaminhamento do corpo foi levado à delegacia. Sem o religioso, o aposentado foi sepultado antes que terminasse o ritual que o libertaria de seus pecados.

A polícia chegou ao Cemitério da Saudade por volta das 8h. Um prensista de 32 anos, vizinho de Aristides, estranhou a missa que o religioso conduzia. Ele disse à polícia que o padre era trapaceiro, pois pedira a quantia de R$ 73 para fazer a cerimônia. A celebração era mesmo diferente, já que o bispo José Castro Teodoro, de 50 anos, pertence à Igreja Vétero-Católica, de origem ortodoxa.

Acompanhado do padre Jonas Correia de Almeida, da mesma igreja, o bispo Teodoro esclareceu o mal-entendido aos policiais do 22 DP (São Miguel Paulista) e foi liberado. “O bispo está na nossa igreja desde que nasceu”, explicou o padre Jonas. “Ele foi designado para trabalhar na capela deste cemitério e de outros naquela região há mais de dez anos porque mora ali perto. Nunca tivemos problemas”, conta.

O bispo contou que foi chamado pela administração do cemitério para celebrar uma missa na capela em homenagem a Aristides. Um funcionário do local, que também esteve na delegacia, não confirmou a versão. O religioso disse que o dinheiro recebido foi doação.

A Igreja Vétero-Católica chegou ao Brasil em 1932, trazida por imigrantes poloneses. Em São Paulo, o primeiro templo foi inaugurado em 1951.

Fonte: O Globo

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