O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em visita a Salvador na tarde desta sexta-feira, 4, participou da 133ª e 114ª Assembleias Gerais Ordinárias da Convenção Estadual das Assembleias de Deus da Bahia (CEADEB), na sede administrativa da convenção, no bairro do Costa Azul.
Bolsonaro chegou acompanhado do pastor da denominação em São Paulo, o deputado federal Marco Feliciano (PSC), e dos parlamentares baianos membros da Igreja centenária, o deputado federal Alex Santana (PDT) e o deputado estadual Samuel Júnior (PDT). Na chegada, Bolsonaro posou para fotos e falou rapidamente com apoiadores.
O presidente, que estava sem máscara, chegou ao local por volta das 14h47, desceu do carro, acenou para algumas pessoas que o aguardavam e entrou no prédio da CEADEB. No momento da chegada do presidente, houve aglomeração. O uso de máscara de proteção contra a Covid-19 em Salvador é recomendação da prefeitura desde abril deste ano.
Em um discurso de cerca de 15 minutos, Bolsonaro falou sobre o episódio em que foi vítima de um atentado a faca nas eleições de 2018, sobre sua atuação na pandemia do novo coronavírus. E voltou a falar sobre preço econômico que seria pago pelas medidas de paralisação das atividades econômicas para impedir a propagação da Covid-19. Diante da alta cúpula de membros e pastores presentes, ele acenou dizendo que “acima da nossa constituição está a nossa fé”.
“Nós vivemos em um estado laico mais com muito orgulho eu digo que seu presidente é cristão. Acima da nossa Constituição está a nossa fé, está aquele livro conhecido como bíblia sagrada. Nós temos a nossa cultura judaico-cristã, nós preservamos à família, queremos o bem do próximo, queremos um país grande, queremos aproveitar todo esse potencial que Deus nos deu para o bem de nossa nação”, ressaltou.
A visita do presidente é parte de uma estratégia de reforço de sua base de apoio de olho em 2022. Dos grupos que elegeram Bolsonaro, os evangélicos são tido como um dos mais fiéis, e, segundos dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) divulgado em fevereiro, há 22 milhões brasileiros que se autodeclaram com esta fé no país.
O número de evangélicos no país cresce em média 0,8% ao ano, desde 2010, segundo estudo do demógrafo José Eustáquio Alves, professor aposentado da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE; A expectativa é de que, a partir de 2032, o número de evangélicos ultrapassem os de católicos no país.
A visita do presidente da República, segundo explicou o pastor e presidente da Convenção das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Estado da Bahia, pastor Valdomiro Pereira da Silva, foi fruto da “providência divina” após um convite realizado em Brasília. “Tive a oportunidade de ser recebido pelo presidente em Brasília e disse “estamos orando pelo senhor e gostaríamos de lhe fazer um convite para nossa convenção”.
Valdomiro destacou que Bolsonaro tem atuado para defender os valores cristãs e promover políticas para desenvolver o país e ajudar os brasileiros que mais precisam de apoio do estado.
“A gente tem acompanhado, conversado com ele algumas vezes, e sabemos que ele zela pela família, preocupado com a questão do Brasil. Então, acreditamos no projeto dele, na proposta dele, sei das dificuldades que ele tem enfrentado, mas a gente mantém a confiança que dias melhores possam vir para o Brasil, para os cidadãos. Acreditamos que ele vai continuar lutando por esses princípios [cristãos]. E estamos confiantes que isso aconteça”, afirmou o líder da Assembléia de Deus no estado.
Neste ano, A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, já havia participado de um evento organizado pela Assembleia de Deus da Bahia.
Hostilidade
Na porta do evento, apoiadores do presidente da República agiram com hostilidade contra equipes de reportagem da TV Bahia, afiliada da Rede Globo no Estado, e da Band Bahia; os manifestantes usaram palavras de baixo calão contra os membros da imprensa. Eles exaltaram o presidente da República com gritos de “ Mito” e aplaudiram sua saída em carro fechado.
Fonte: A Tarde e G1