Uma jovem e uma missionária foram retiradas de ônibus de turismo por beduínos armados na península do Sinai. As duas foram soltas horas depois; “Só vi isso em filme”, diz pai da adolescente, que é pastor e liderava grupo.

Duas mulheres brasileiras foram sequestradas ontem na península do Sinai, no Egito, por um bando de beduínos armados.

Sarah Lima, 18, e a missionária Zélia Magalhães de Melo, 45, estavam num grupo de cerca 45 brasileiros que ia ao mosteiro de Santa Catarina, no sopé do monte Sinai.

Após mais de seis horas em poder dos beduínos, elas foram libertadas sem ferimentos, confirmou à Folha o pastor evangélico Dejair Silvério, pai de Sarah e líder do grupo.

“Graças a Deus terminou bem. Só vi isso em filme”, disse por telefone.

Ele contou que o ônibus em que estavam foi parado por um grupo grande de beduínos armados com metralhadoras e fuzis e que atiravam para o alto.

“Eles entraram no ônibus e levaram a minha filha e a missionária, mas não houve violência”, disse. “O tiroteio continuou e pensei que eles iam matar a gente.”

Além das brasileiras, foram levados o guia e um segurança, ambos egípcios. Segundo o pastor, quase todos os turistas do grupo são membros da Igreja Avivamento da Fé, de Osasco (SP).

Após o sequestro, os demais brasileiros foram levados para um hotel próximo do mosteiro e ficaram sob a guarda da polícia egípcia.

Segundo as fontes citadas pela agência oficial egípcia Mena, a libertação ocorreu após a mediação de líderes das tribos beduínas da região, sem que fosse cumprida qualquer exigência.

Sequestros têm sido frequentes no Sinai, onde a segurança afrouxou depois da queda do ditador Hosni Mubarak, há um ano.

Em janeiro, 25 operários de construção chineses foram capturados, sendo libertados 15 horas depois. Dias depois, foram duas americanas.

Os sequestradores costumam pedir a libertação de companheiros presos em acusações que consideram injustas, geralmente tráfico de drogas e terrorismo.

O Portal Consular do Itamaraty diz que “a situação política” no Egito não permite a retomada normal do turismo no país, mas não faz menção ao Sinai.

“O alerta foi enviado ao Ministério do Turismo para que fosse repassado às agências de turismo”, informou ontem o Itamaraty. O ministério disse que esse tipo de alerta não é feito por nota pública, embora já o tenha feito com outros países, inclusive o Egito, na revolução de 2011.

No último ano, o Sinai virou um grande problema de segurança para a junta militar que governa o Egito. Explosões no gasoduto que serve Israel e Jordânia tornaram-se rotina, numa área vasta e mal policiada.

[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]

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