O Boko Haram é uma insurgência que já tem uma década e quer tranformar o Nordeste da Nigéria em um Estado islâmico. Porém, os militantes expandiram seus campos de batalha para territórios vizinhos.
Por conta disso, em lugares como o extremo Norte de Camarões, vilas sofrem ataques regulares. Isso torna difícil a vida da maioria dos camaroneses na região, mas ainda mais dos cristãos, que são alvo específico.
A Portas Abertas tem caminhado com essas comunidades e uma colaboradora recentemente visitou a área. Enquanto eles enfrentam essa tempestade, seu apoio faz muita diferença na vida deles.
Desde o final de 2015, as áreas de Mayo-Sava, Mayo-Tsanaga e Logone-et-Chari, próximas à fronteira, se tornaram uma zona de guerra. Sob contínuo ataque, pessoas vivem em fluxo constante. Por isso a atmosfera em Mayo-Sava pode ser descrita como tensa.
As vilas de Tayer e Doulo sofreram repetidos ataques em 2019. A caminho de uma igreja local, é possível ver fileiras de casas abandonadas. Próximo ao complexo da igreja, um grupo de mulheres estava sentado em tapetes fora de suas casas. Uma delas, Sarah, de 22 anos, não parecia bem: estava com malária. Muito enfraquecida por uma febre, a mãe de Sarah tentava acalmar a neta de um mês, Adji, que chorava.
“O dia em que Adji nasceu, houve um ataque e Sarah teve que fugir para a floresta”, observou a avó. Sara disse: “Eu não tinha escolha. Simplesmente peguei minha filha e corri, embora ainda estivesse com dor e coberta de sangue. Pulei o muro atrás da casa e corri para a floresta”. Foi ali que ela provavelmente pegou malária, por estar ainda mais exposta aos mosquitos que o normal.
Desde o começo dos ataques, os insurgentes destroem prédios de igrejas. E como os cristãos montaram outra igreja, os militantes procuram livrar-se dessa também. Eles tentaram abrir à força a porta de aço para colocar fogo no prédio. Mas, felizmente, ela ainda está de pé.
Ataques de grupos radicais islâmicos traumatizam a vida de mulheres na África Subsaariana, seja pela perda do marido, ao serem sequestradas ou como Sarah, que enfrentou os traumas de um ataque de militantes islâmicos. Essas sobreviventes precisam de cura para o trauma em todas as áreas da vida. Com uma doação você permite que uma mulher sobrevivente receba assistência imediata durante um mês.
Fonte: Portas Abertas