Cardeal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) diz candidatos não devem “instrumentalizar a religião” na busca por votos.

Na reta final da campanha eleitoral, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, alertou ontem que os candidatos não devem “instrumentalizar a religião” na busca por votos. Na carta da CNBB sobre as eleições, que será enviada a todas as 8 mil paróquias do país, os bispos pregam o voto consciente e limpo e criticam a violência em torno da disputa em alguns municípios
– O voto é pessoal, intransferível. Não tem preço, tem consequência. No caso da Igreja Católica, ela tem normas muito claras sobre isso. Ela deve é dar orientações, critérios, elementos de reflexão para que o eleitor possa decidir. Mas decidir sempre livremente – disse dom Damasceno.

Para a entidade, o papel do eleitor não se esgota no momento do voto. Além de denunciar políticos com ficha suja e qualquer tentativa de compra de votos, o eleitorado deve acompanhar o trabalho dos eleitos, fiscalizando a gestão dos recursos públicos. “Estimulamos os eleitores, inclusive os que não têm obrigação de votar, a comparecerem às urnas para depositar o voto limpo”, afirma a carta.

– Nós já temos a legislação contra corrupção eleitoral, que proíbe a compra de votos, a venda de votos. E temos também a Ficha Limpa, que torna inabilitados candidatos que foram julgados por um colegiado. Não é a Igreja que veta, é a própria sociedade através dessas leis – reforçou dom Damasceno.

Sobre a violência em torno das eleições deste ano, o texto da CNBB afirma: “O recurso à violência, que marca a campanha em muitos municípios é inadmissível. Candidatos são adversários, não inimigos”.

Dom Damasceno evitou comentar as críticas da Arquidiocese de São Paulo a Celso Russomanno (PRB). O candidato é líder nas pesquisas.

[b]Fonte: Em tempo Real[/b]

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